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Alaska vê "muito barulho" com Amazon e defende Magazine Luiza

Ações da varejista caíram esta semana após o anúncio da chegada do Amazon Prime ao Brasil

ALASKA / Henrique Bredda

Foto: Germano Lüders

23/10/2018 (Germano Lüders/Exame)

ALASKA / Henrique Bredda Foto: Germano Lüders 23/10/2018 (Germano Lüders/Exame)

TL

Tais Laporta

Publicado em 13 de setembro de 2019 às 15h10.

Última atualização em 12 de junho de 2020 às 15h57.

O fundo de ações brasileiro com melhor performance nos últimos cinco anos acredita que a expansão da Amazon na maior economia da América Latina não representa uma ameaça à principal aposta de sua carteira.

O anúncio da empresa norte-americana de que está trazendo o seu programa Amazon Prime para o Brasil pressionou as ações de varejistas brasileiras focadas em comércio eletrônico, incluindo a Magazine Luiza, a maior posição do Alaska Black Master FIA BDR Nivel I.

“Muito barulho para nada”, Henrique Bredda, sócio da Alaska Asset Management, escreveu em sua conta no Twitter na terça-feira. “Serviços como Amazon Prime podem fazer sentido para uma classe muito alta no país, mas não passa de um grupo minúsculo de pessoas se comparado com a grande massa de consumidores espalhados pelo Brasil”, disse Bredda, em entrevista.

Bredda diz que muitos consumidores ainda frequentam lojas físicas, enquanto outros preferem a comodidade de comprar no website e retirar o produto na loja. “Além de ser extremamente necessário para a grande maioria da população as facilidades relacionadas à realidade do povo brasileiro, como cartão de crédito, serviços e crédito efetivamente”, afirmou. “Não acreditamos que a Amazon será relevante no mercado nacional.”

A gestora tem Magazine Luiza como uma de suas principais posições desde o fim de 2015, enquanto a varejista iniciava uma transição bem-sucedida em uma operação de e-commerce com lojas físicas. A ação subiu mais de 3.000% ao longo dos últimos cinco anos.

Bredda fez um alerta para que os investidores não repitam o mesmo erro cometido por alguns dois anos atrás, quando a Amazon anunciou uma plataforma de venda de eletrônicos e eletrodomésticos como parte de sua expansão gradual no Brasil, levando as ações do Magazine Luiza a cair 14% em outubro de 2017. Desde então, o papel subiu mais de 300%.

O Alaska Black, carro-chefe da gestora, teve um retorno de cerca de 384% ao longo dos últimos cinco anos, o melhor desempenho no Brasil em comparação com outros 158 fundos de ações, segundo dados compilados pela Bloomberg usando fundos “master”, que não incluem taxas.

“Caso a Amazon consiga ser bem sucedida no Brasil, o que não acredito, o impacto será outro,” disse Bredda. “O que realmente acredito que vai acontecer com a Amazon no Brasil será uma operação de nicho, pequena, e sem condições de incomodar Magazine Luiza e Mercado Livre.”

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