Marcio Aguiar: diretor de vendas corporativas da Nvidia para a América Latina (Nvidia/Divulgação)
Repórter
Publicado em 29 de agosto de 2024 às 13h14.
Última atualização em 29 de agosto de 2024 às 13h28.
A Nvidia mais uma vez superou as expectativas do mercado com o balanço do segundo trimestre, divulgado na noite de quarta-feira, 28. A receita atingiu US$ 30 bilhões, um aumento de 122% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o lucro cresceu 168%, totalizando US$ 16,7 bilhões. Além dos resultados acima do consenso, a empresa anunciou um plano de recompra de ações no valor de US$ 50 bilhões.
Destaque na bolsa americana, as ações da Nvidia acumulam alta de 96% em 2023 e quase 20.000% desde o início de 2020. A valorização, impulsionada pela crescente demanda por inteligência artificial, colocou a empresa entre as maiores do mundo, com avaliação de mercado de US$ 3 trilhões. Apesar da disparada, a própria Nvidia avalia que suas ações ainda estão subvalorizadas. Na última noite, a companhia anunciou a recompra de US$ 50 bilhões em ações.
"Com certeza, ainda há muito espaço para as ações valorizarem", afirmou à EXAME Marcio Aguiar, diretor-executivo de vendas corporativas da Nvidia para a América Latina.
Para o terceiro trimestre, a Nvidia projeta aumentar sua receita para US$ 32,5 bilhões. "Mas o grande crescimento no quarto trimestre será muito maior que no terceiro", acrescentou Aguiar.
A expectativa do executivo considera a entrega da nova geração de GPUs da Nvidia, chamada Blackwell. "A nova plataforma, que integra hardware e software, será inicialmente destinada a empresas que oferecerão a tecnologia como serviço, como os provedores de serviços em nuvem", explicou Aguiar.
Aguiar mencionou que nem todos os clientes da Nvidia demandarão a nova tecnologia de imediato. No entanto, gigantes da tecnologia como Amazon, Google e Meta já estão na fila de espera, com encomendas bilionárias para a Nvidia.
"Todo esse dinheiro ainda será reconhecido nos balanços, à medida que as entregas forem feitas", ressaltou.
A demanda pelos chips desenvolvidos pela Nvidia, segundo Aguiar, continua superando a capacidade de entrega da empresa. A busca pelos dispositivos da companhia vem de todas as partes do mundo, incluindo a China, que enfrenta sanções dos Estados Unidos contra a importação de chips americanos.
"Obviamente, a Nvidia segue todas as regras do governo americano. Continuamos atendendo a demanda chinesa. Somos uma empresa de tecnologia. Então, se o governo impõe restrições em modelos de GPU, conseguimos entregar outros modelos dentro das regras", afirmou o executivo. "Seguimos todas as normas, mas isso não impactou nossos números, porque somos uma empresa de tecnologia. Conseguimos rapidamente criar novas plataformas para continuar atendendo o mercado."