Às 10h05, na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2014 estava em 7,35%, estável ante o ajuste de sexta-feira (09) (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2012 às 10h32.
São Paulo - A ausência de uma tendência definida nos mercados internacionais e da referência dos Treasuries americanos, por causa do feriado do Dia do Veterano nos Estados Unidos, leva as taxas futuras de juros a oscilarem perto da estabilidade, e sugere baixo volume de negócios nesta segunda-feira.
A revisão para baixo da projeção da Selic em 2013, conforme o boletim Focus, do Banco Central, é destaque ao reforçar a expectativa de manutenção do juro ao longo de 2013.
Às 10h05, na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2014 estava em 7,35%, estável ante o ajuste de sexta-feira (09). O DI com vencimento em janeiro de 2017 tinha taxa de 8,65%, de 8,66% no ajuste anterior; e o DI para janeiro de 2021 estava em 9,31%, de 9,30% na sexta-feira.
O estrategista-chefe do WestLB, Luciano Rostagno, prevê viés de baixa para a curva a termo ao longo da manhã, especialmente entre os vencimentos intermediários e longos. Além do exterior cauteloso e do feriado nos EUA, ele menciona dados fracos de atividade vindos da Ásia para justificar o movimento. "O fraco PIB (Produto Interno Bruto) japonês e a desaceleração de novos empréstimos da China completam o conjunto que tende a impor viés de queda".
O PIB do Japão encolheu 0,9% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o período imediatamente anterior, e teve contração de 3,5% em relação há um ano, com o ajuste anualizado de preços. Na China, instituições financeiras liberaram 505,2 bilhões de yuans (US$ 80,83 bilhões) em novos empréstimos em outubro, abaixo do visto em setembro e do esperado.
Um operador de renda fixa, que não quis ter seu nome revelado, lembrou que a interrupção do mercado de bônus nos EUA em razão do feriado reduz os negócios. "A semana começa bem devagar", disse, prevendo mais movimentação a partir da segunda-feira que vem (19), antes da reunião da última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom).
Para Rostagno, a revisão da Selic para 2013 é o destaque da pesquisa Focus. "Mostrou o mercado esperando estabilidade da Selic ao longo do ano que vem, diante da piora do cenário externo", diz, acrescentando, contudo, que, na sua avaliação, "será inevitável uma alta de juros no fim do terceiro trimestre de 2013".
De acordo com a Focus, divulgada nesta manhã, a taxa Selic deve ficar no patamar atual de 7,25% ao ano até, pelo menos, o fim de 2013. A projeção passou de 7,63% para 7,25% ao ano. Já a projeção de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2012 voltou a subir, de 5,44% para 5,46%. Para 2013, a mediana foi mantida em 5,40%.
No Brasil, ao longo da semana de apenas três dias, serão conhecidos o resultado das vendas no varejo em setembro e o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10), Fundação Getúlio Vargas (FGV), de novembro. Também é esperada a divulgação do IBC-Br pelo Banco Central.
Entre os indicadores divulgados mais cedo, o Índice de Preços aos Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, desacelerou a alta de 0,80% no fechamento de outubro para 0,75% na primeira quadrissemana de novembro. O resultado coincidiu com a mediana das estimativas dos economistas ouvidos pelo AE Projeções.
Em tempo: A aprovação, pelo Parlamento grego, de um Orçamento de austeridade para 2013 não traz alívio aos mercados internacionais nesta segunda-feira, diante da indefinição sobre o socorro ao país. O ministros de Finanças da zona do euro (Eurogrupo) reúnem-se na tarde de hoje, tendo a Grécia como o principal assunto em pauta.