Etanol: a alteração na alto do imposto deixa o etanol hidratado mais competitivo frente à gasolina (./Divulgação)
Reuters
Publicado em 31 de julho de 2017 às 18h02.
Nova York/Londres - Os contratos futuros do açúcar bruto subiram para uma máxima de dois meses nesta segunda-feira na ICE Futures US, com especuladores cobrindo posições vendidas após a redução da alíquota de PIS/Cofins incidente sobre etanol no Brasil, o que torna o biocombustível mais competitivo no país, possivelmente reduzindo a disponibilidade de açúcar.
O açúcar bruto para outubro encerrou em alta de 0,54 centavo de dólar, ou 3,76 por cento, a 14,91 centavos de dólar por libra-peso, após alcançar 14,99 centavos de dólar por libra-peso.
O açúcar branco para outubro fechou em alta de 12,50 dólares por tonelada, ou 3,2 por cento, a 402,30 dólares por tonelada, após subir a 404 dólares, seu maior nível desde 12 de junho.
O governo brasileiro decidiu na última sexta-feira reduzir a incidência de PIS/Cofins sobre etanol em cerca de 0,08 real por litro, enquanto manteve inalteradas as alíquotas para diesel e gasolina.
Isso depois de, no dia 20 de julho, ter anunciado aumento do PIS/Cofins sobre os combustíveis, estipulando o valor de 0,1964 real por litro para o etanol. Agora, o valor foi reduzido para 0,1109 real por litro.
A alteração, antecipada pela Reuters na quinta-feira passada, deixa o etanol hidratado mais competitivo frente à gasolina.
A decisão do governo, tomada após a Receita Federal informar que o aumento inicial havia sido superior ao permitido, levou o mercado a considerar que as usinas poderão direcionar maior parcela de cana para a fabricação do biocombustível, em detrimento do açúcar.
Assim, o sentimento de oferta menor que o esperado nos próximos meses deu sustentação aos futuros na ICE.
O café arábica para setembro ampliou os ganhos da semana passada, fechando em alta de 1,4 centavo de dólar, ou 1 por cento, a 1,3925 dólar por libra-peso, o maior nível para o contrato desde 20 de abril.
"Há um pouco de alarmismo sobre possíveis questões climáticas e preocupações sobre a qualidade da safra brasileira", disse Judith Ganes-Chase, presidente da consultoria J. Ganes.
O café robusta para setembro fechou em queda de 6 dólares, ou 0,3 por cento, a 2.123 dólares por tonelada.