Às 10h08, na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 marcava 7,29%, de 7,33% no ajuste de ontem (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2012 às 09h44.
São Paulo - As taxas futuras de juros oscilam próximas da estabilidade neste início de sessão, com leve viés de queda, na ausência de um noticiário forte e antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre juros, mas sem tirar o dólar do foco. Internamente, a inflação medida pelo IPC da Fipe ficou bem perto do esperado.
No exterior, autoridades europeias chegaram a um acordo sobre a redução da dívida da Grécia, porém não eliminaram as incertezas sobre a crise da zona do euro. Além disso, seguem as preocupações com o abismo fiscal dos EUA.
Às 10h08, na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 marcava 7,29%, de 7,33% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2015 apontava 7,89%, de 7,93%; e o DI para janeiro de 2016 marcava 8,40%, de 8,43% na véspera. Entre os vencimentos longos, o contrato com vencimento em janeiro de 2017 projetava taxa de 8,69%, na mínima, de 8,74% ontem. E o janeiro 2021 apontava 9,35%, na máxima, de 9,37%.
O gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, espera um comportamento "neutro" para a curva a termo, "porque não há nenhuma novidade no noticiário econômico e a inflação pelo IPC veio dentro do esperado". "As taxas futuras oscilam menos hoje", prevê, acrescentando que os investidores seguirão atentos ao comportamento do câmbio. Às 10h09, o dólar à vista negociado no balcão caía 0,29%, a R$ 2,0760.
Para Petrassi, a Grécia não deve influenciar o mercado de juros futuros, uma vez que o acordo já era esperado e não empolgou os mercados internacionais. Outro profissional consultado pela Agência Estado previu alguma recomposição das taxas em relação aos ajustes de segunda-feira (26), especialmente entre os vencimentos médios e longos. Contudo, diz ele, a recomposição não seria acentuada porque ficam dúvidas sobre se as condições impostas à Grécia pelas autoridades europeias serão cumpridas. Além disso, a situação fiscal dos EUA segue no radar.
Autoridades europeias concordaram na madrugada desta terça-feira em liberar aproximadamente 44 bilhões de euros (US$ 57 bilhões) em ajuda à Grécia, dos quais 34,4 bilhões deveriam vir em dezembro (ainda dependem de aprovação no próximo mês). O dinheiro será liberado sob condição de que reformas e cortes no orçamento continuem sendo realizados, a fim de que, em oito anos, a dívida grega seja reduzida a 124% do Produto Interno Bruto (PIB).
Entre os indicadores domésticos, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,64% na terceira quadrissemana de novembro, ante alta de 0,70% no período anterior. O resultado apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) ficou levemente acima da mediana estimada, após levantamento do AE Projeções, de 0,63%.
Já a confiança da indústria caiu para 105,2 pontos em novembro, baixa de 0,8% na comparação com os 106,0 pontos de outubro, com ajuste sazonal, divulgou nesta manhã a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria recuou de 84,2% para 84,0%.
Ainda no Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, promove café da manhã em Brasília para discutir o regime do ICMS com senadores. Nos EUA, a agenda econômica é mais forte, com destaque para o discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, às 11h30 (de Brasília), além de indicadores de encomendas de bens duráveis e confiança do consumidor, entre outros.
Em relação ao Copom, que inicia nesta terça-feira sua reunião de dois dias sobre a taxa básica de juros da economia (Selic), segue a expectativa praticamente unânime de manutenção dos 7,25% ao ano. "A ata deverá ser mais dura, informando que o ciclo de queda está interrompido", diz Petrassi, da Leme, prevendo que "o comunicado da decisão (na quarta-feira, 28) já pode dar um recado sim".