Eike e seu pai, Eliezer Batista: a OSX está bem posicionada para conquistar novos contratos com a Petrobras (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2012 às 18h51.
Rio de Janeiro - O boom no segmento de energia que atraiu investidores para a OGX Petróleo & Gás Participações SA, do bilionário Eike Batista, saiu pela culatra na medida em que tem enriquecido os credores da empresa irmã OSX Brasil SA.
Títulos da OGX têm caído desde que a companhia reduziu as metas de produção em 26 de junho, elevando o rendimento dos papéis em dólar com vencimento em 2018 em 1,77 ponto percentual, para 10,89 por cento ontem. No mesmo período, as taxas dos títulos lastreados em ativos da OSX com vencimento em 2015 caíram para 8,25 por cento com a conquista do primeiro contrato da companhia para construção de navios para a Petróleo Brasilero SA. Até maio, a OSX era a aposta mais arriscada com preocupações de que a empresa não conseguiria conquistar contratos de empresas que não fossem controladas por Eike.
A OGX perdeu o encanto junto aos investidores depois de reduzir em até 75 por cento sua meta de produção de petróleo nos primeiros dois poços menos de seis meses depois de extrair o primeiro barril. A OSX, que Eike planejava como a fornecedora de embarcações para os campos da OGX, está recompensando seus investidores depois de assinar contrato de US$ 900 milhões com a Petrobras para navios ao campo Lula -- maior descoberta de petróleo das Américas desde 1976.
“Para a OSX, o fato de haver alguma flexibilidade em sua base de rendimentos é positivo”, disse Gianna Bern, ex-diretora da Fitch Ratings que hoje preside a Brookshire Advisory and Research, em entrevista por telefone de Chicago.
A OSX está bem posicionada para conquistar novos contratos com a Petrobras porque as regras brasileiras impõem compra de até 65 por cento dos bens e serviços de empresas nacionais, disse ela.