Prospecto da oferta da estatal será registrado amanhã na Comissão de Valores Mobiliários (.)
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2010 às 13h25.
São Paulo - Após grande expectativa, a definição do que promete ser a maior oferta do mercado financeiro mundial começa a se desenhar. O valor médio do barril de petróleo da cessão onerosa da Petrobras foi definido na noite da quarta-feira (1) em 8,51 reais. No pregão da manhã desta quinta-feira (2) as ações da Petrobras reagem às notícias com forte oscilação. Os papéis preferenciais, que chegaram a alta de 2,96% por volta das 11 horas, estão valorizados em 1,55% ao meio dia, negociados a 27,45 reais. Já as ações ordinárias, que eram negociadas em valorização de 1,33% às 11 horas, passaram para o território negativo uma hora mais tarde, em baixa de 0,67% e negociadas a 31,04 reais.
Ainda na tarde de ontem, as ações já refletiam os rumores em torno do preço do barril, e encerraram o pregão com salto de 5,61% para as ações ordinárias e 3,72% para as preferenciais. Segundo o Ministério de Minas e Energia, o prospecto da oferta será submetido amanhã, sexta-feira (3) na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Cabo de guerra
Vencedor da queda de braço com a estatal por um preço mais distante do piso, o governo federal deve colher vantagens do veredito alcançado. O governo entrará com 42,533 bilhões de dólares (74,808 bilhões de reais) na capitalização da Petrobras, valor dos 5 bilhões de barris de petróleo oferecidos como sua parte no aumento de capital da empresa.
Segundo analistas, a expectativa agora se volta para a fatia atribuída a União no processo, que pode vir a ser uma pedra no caminho dos minoritários. Em análise da corretora Socopa, o analista Osmar Camilo ressalta que, inevitavelmente, o governo aumentará sua participação na estatal, alavancando o preço das ações durante o bookbuilding. "Ele terá cacife para entrar no final da oferta comprando sobras. Estima-se que a União faça um aumento de capital de 25 bilhões de dólares, e use os 17,5 bilhões de dólares remanescentes numa eventual sobre de ações", explica o analista.
Menor pressão e fôlego no Ibovespa
A partir de agora, resta aos papéis da Petrobras um momento de alívio após a grande pressão das últimas semanas, durante as quais as ações sofreram forte correção e volatilidade. Com a divulgação dos laudos conflitantes da estatal e do governo para o barril, as ações preferenciais saíram de 28 reais para mínima de 25,50 reais em duas semanas, recuperando-se com forte volume nos dois dias que antecederam a definição dos barris.
Para o analista da Spinelli, as ações devem agora refletir cada vez menos os ruídos do processo de capitalização. "Esperamos que sua performance volte a se conectar ao momento de crescimento das operações e resultados, bem como o desconto dos múltiplos em relação às pares, oferecendo raro ponto de entrada", diz o analista Max Bueno.
Leia mais sobre Petrobras e Ações.
Assine a newsletter do Canal de Mercados
Siga as últimas notícias de Mercados no Twitter