Centro de distribuição do Magazine Luiza | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 12 de novembro de 2021 às 13h05.
Última atualização em 13 de novembro de 2021 às 06h39.
As ações da varejista Magazine Luiza (MGLU3) fecharam o pregão desta sexta-feira, 12, em queda de 18,32% após a companhia apresentar um balanço mais fraco que o esperado. Em seus resultados do terceiro trimestre de 2021, a varejista apresentou lucro de 22,6 milhões de reais, o que mostra uma queda de 90% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado.
O cenário macroeconômico pesou sobre o resultado da companhia, que – assim como outras empresas do setor – foi fortemente impactada pela elevação da taxa básica de juros, a Selic. Os juros mais altos impactam o valuation das empresas de consumo e também deixam o crédito menos acessível, dificultando a vida de quem compra.
Para somar, a alta da inflação encarece os produtos e as perspectivas de crescimento para o Brasil também decepcionam, o que acaba afastando ainda mais os consumidores. O resultado foi uma queda de 8% no total de vendas nas lojas físicas do Magalu e de 14,6% no conceito mesmas lojas.
O baque já era esperado mas, ainda assim, o resultado surpreendeu negativamente. Para os analistas do BB Investimentos, o Magazine Luiza não deve passar incólume pelo ambiente menos propenso à venda de bens duráveis – como televisão, geladeira, máquina de lavar –, segmento ao qual a empresa ainda se encontra bastante exposta.
Para o BB, a boa notícia é que o Magalu está investindo em diversificação, em especial no setor de serviços financeiros, com evoluções consideradas expressivas no volume total de pagamentos, carteira de créditos e nas contas digitais.
O mercado, no entanto, tem penalizado as ações da empresa, que acumulam queda de 53% no ano. “Entendemos que essa performance não se justifica, dada a capacidade da companhia de mitigar os efeitos negativos do cenário macroeconômico e aproveitar o momento para aumentar sua participação de mercado, sem perder o foco em rentabilidade”, dizem os analistas.
O BB manteve a recomendação de compra para as ações, com preço-alvo para o final de 2022 de 22,90 reais – um potencial de valorização de 105% em relação ao preço de fechamento desta sexta-feira.
O Goldman Sachs também mantém sua recomendação de compra para os papéis MGLU3, com preço-alvo de 22 reais. “Reconhecemos que alguns desses ventos contrários de margem devem gradualmente se dissipar próximos trimestres, já que o 3º trimestre de 2021 sofreu com uma combinação formidável de oferta e pressões do lado da demanda, com forças competitivas e investimentos no crescimento futuro iniciativas”, destacaram os analistas em relatório.