“O fundador da OGX, Eike Batista, prefere esperar uma avaliação maior de seus blocos na bacia de Campos, em direção à sua meta de US$15/boe", explicam os analistas do HSBC (André Valentim/EXAME)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2011 às 18h04.
São Paulo – Aqui está o que se comenta no mercado nesta sexta-feira (8):
1 - OGX: Relatório sobre reservas trará mais potencial para ações, diz HSBC
As ações da OGX (OGXP3) podem subir ainda mais mesmo após se recuperarem 23% desde o menor preço atingido este ano em 7 de fevereiro, analisa o HSBC. “O relatório da D&M na próxima semana deve mostrar uma melhoria em relação ao anterior emitido em setembro de 2009, a julgar pelo histórico de exploração e aceleração das atividades da OGX”, explicam os analistas Anisa Redman e Shakthi Kumar.
O mercado espera um relatório da certificadora de petróleo DeGolyer and MacNaughton que irá traçar um panorama mais atual das reservas da empresa e abrir caminho para a venda de uma participação da empresa em blocos na bacia de Santos. Para o banco, o atraso na negociação da fatia no bloco se deve a uma questão de preço, não de falta de demanda.
“O fundador da OGX, Eike Batista, prefere esperar uma avaliação maior de seus blocos na bacia de Campos, em direção à sua meta de US$15/boe. A OGX é negociada a US$3,8/boe. Uma pesquisa entre os investidores brasileiros indicou conforto com níveis de US$8-10/boe, o que implica mais que dobrar a avaliação atual da empresa. Entretanto, Batista insiste que pode arcar com a espera. Realmente, a OGX tem caixa suficiente para o resto do ano”, afirmam os analistas.
O banco tem recomendação overweight (alocação acima da média) para as ações, com um preço-alvo de 27 reais para 12 meses.
2 – Açominas é fundamental para a Gerdau, analisa o Deutsche Bank
Os analistas Rodrigo Barros e Silvia Baracaldo, do Deutsche Bank, reiteraram hoje a preferência pelos papéis da Gerdau no setor siderúrgico brasileiro. “Acreditamos fortemente que a performance futura das siderúrgicas brasileiras irá em grande parte depender do acesso delas às matérias-primas”, explicam. Por conta disso, o banco ressaltou a importância da Açominas para a Gerdau.
“A Açominas tem a capacidade de 4,5 milhões de toneladas de aço por ano e pode expandir para 13 milhões de toneladas por ano a um custo de investimento menor do que uma nova fábrica. Além disso, a Açominas será 100% autossuficiente em minério de ferro em alguns anos e o excesso da produção de minério de ferro poderá ser exportada”, ressaltam. A recomendação é de compra das ADRs da Gerdau, com um preço-alvo de 20 dólares.
3 - Santander inicia cobertura de Queiroz Galvão Exploração e Produção
O banco Santander iniciou a cobertura das ações ordinárias da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP3), unidade de petróleo e gás do grupo de infraestrutura Queiroz Galvão, com recomendação de manutenção (hold) e preço-alvo de 27 reais para dezembro de 2011, um potencial de valorização de 13%.
Christian Audi e Vicente Falanga Neto, analistas que assinam o relatório, avaliam que a empresa oferece uma combinação atraente de produção e exploração de seus recursos, com uma clara estratégia de crescimento via farm-ins (aquisição de direitos exploratórios).
Ao contrário de seus pares locais, a QGEP não tem o objetivo realizar a venda de uma participação nos blocos que possui (farm-out) com o objetivo de financiar seu plano de crescimento, conforme lembra o relatório.
4 - América Latina volta a ter preferência nos fundos para mercados emergentes
O mês de março foi marcado pelo retorno dos fluxos estrangeiros de capital aos mercados da América Latina, após nove semanas consecutivas de saídas de recursos. De acordo com dados da EPFR Global, o mês passado terminou com a entrada de 6,2 bilhões de dólares na região.
Os fundos dedicados aos mercados emergentes, que foram os principais responsáveis pela debandada recente de recursos, são agora os protagonistas de grande parte da recuperação.
“Esta é uma tendência que está em linha com o que vimos em 2010, quando mais de 80% dos recursos totais dos mercados da América Latina estavam atrelados à fundos voltados aos mercados emergentes”, avalia Cristian Moreno, analista do Santander.
5 - Bancos derrubam Ibovespa depois de alta do IOF em consumo
A partir de hoje, todas as operações de crédito ao consumidor, exceto financiamentos de imóveis, estarão sujeitas à taxação do IOF com alíquota de 3 por cento ao ano, anunciou ontem o Ministério da Fazenda. A alíquota estava antes em 1,5 por cento ao ano.
“Esse anúncio certamente não é positivo para bancos”, escreveram os analistas Mario Pierry e Tito Labarta, do Deutsche Bank AG, em nota distribuída a clientes. Ainda assim, “acreditamos que o impacto do novo IOF sobre nossas estimativas de lucros serão limitadas, considerando que os bancos vão conseguir repassar o imposto mais alto para os consumidores”, disseram os analistas.