Para Itaú Corretora, Coelce, Eletropaulo e Equatorial são as empresas mais afetadas com redução da taxa de retorno das distribuidoras (.)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 16h44.
São Paulo - Até que profundidade vai o Iceberg? É com esta pergunta que a Itaú Corretora começa seu relatório na tentativa de mensurar o impacto da decisão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) em fixar em 7,15% ao ano a taxa de retorno das distribuidoras, enquanto o consenso oscilava entre 8% e 8,5% ao ano. Qual será então o tamanho da redução nos resultados para as empresas de distribuição de energia listadas? Com o objetivo de eliminar qualquer viés da estimativa, a equipe formada por Marcos Severine, Mariana Coelho e Marcel Shiomi, se baseou nos números relativos aos balanços divulgados pelas companhias em 2009. Resultado?
"A Coelce (COCE5), Eletropaulo (ELPL6) e Equatorial (EQTL3) representam, de longe, as companhias mais afetadas, com reduções em seus resultados líquidos de 59%, 40% e 32%, respectivamente", avalia a equipe. Ainda de acordo com o relatório, para a Coelce e para a Eletropaulo há ainda o fator agravante de uma terceira revisão tarifária já programada para o próximo ano (Coelce em abril e Eletropaulo em julho). "Reiteramos nossa classificação de underperform (desempenho abaixo da média do mercado) para essas três companhias", dispara o documento.
O trio destaca também que companhias puramente focadas na geração de energia provavelmente vão se beneficiar. "Esperamos que um movimento de realocação de portfólio entre as ações de distribuidoras beneficie geradoras como a AES Tietê (GETI4), Tractebel (TBLE3) e MPX (MPXE3), bem como companhias integradas com pouca exposição ao segmento de distribuição, tais como a Eletrobras (ELET3), Cemig (CMIG4), e até mesmo a Copel (CPLE6) e a Energias do Brasil (ENBR3)", avaliam. Adicionalmente, o relatório destaca a AES Tietê, por ser a maior remuneradora de dividendos entre as geradoras.
Nesta simulação baseada nos números do ano passado, a Cemig (CMIG4) foi a companhia menos afetada. "Além disso, calculamos reduções nos resultados de 21%, 20% e 19% para a Light (LIGT3), Energias do Brasil (ENBR3) e Copel (CPLE6), respectivamente. Apesar destas porcentagens não serem irrelevantes, acreditamos que é improvável que as ações sejam penalizadas, devido ao significativo potencial de valorização em outras frentes". Desta forma, a equipe da Itaú Corretora chama a atenção para a Copel, a preferida do setor. "Esperamos que muito valor seja desbloqueado na Copel após a recente eleição de Beto Richa como governador do estado do Paraná", justifica o relatório.
Os papéis ordinários da Energias do Brasil também são classificados como outperform (desempenho acima da média do mercado), devido aos seus múltiplos baratos, se considerados em conjunto com um possível aumento no índice de distribuição de dividendos em 2010.
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