Paris - As ações do Carrefour negociadas na Bolsa de Paris devolveram os ganhos iniciais desta quinta-feira, depois que o otimismo dos investidores quanto à oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de 1,7 bilhão de dólares das operações do grupo no Brasil se dissipou.

Segundo maior varejista do mundo depois do Wal-Mart, o Carrefour disse que o percentual de ações destinadas à livre negociação na bolsa paulista será de 15 a 20 por cento, enquanto a faixa inicativa foi fixada em 15 a 19 reais por ação. A negociação dos papéis está prevista para 20 de julho, de acordo com a empresa.

A operação atribui às operações do Carrefour no Brasil um valor de 7,9 bilhões de euros a 10 bilhões de euros, ante estimativas de mercado de cerca de 9 bilhões de euros, segundo analistas.

As ações do Carrefour na bolsa de Paris chegaram a operar no azul, mas depois devolveram a alta. Às 7:45, os papéis recuavam 0,6 por cento, cotados a 22,29 euros, com analistas sinalizando que a avaliação (valuation) das operações no Brasil não superou as expectativas do mercado.

"Estávamos avaliando o Carrefour Brasil em 9 bilhões de euros ou oito vezes a relação Valor da Empresa sobre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), então não vemos o intervalo de valuation como surpreendente", escreveu a equipe do Deutsche Bank, mantendo recomendação de "manutenção" para as ações.

Para analistas do Bernstein, cuja recomendação para o Carrefour é "market perform", boa parte do impacto do IPO das operações brasileiras já foi embutida no preço das ações.

"O potencial de alta decorrente do IPO, na atual faixa indicativa, em nossa visão, já está no preço da ação do Carrefour. O nível mais baixo do intervalo pode preocupar investidores, já que seria bem abaixo das expectativas", escreveram.

(Reportagem adicional de Sudip Kar-Gupta)