Trump, presidente dos EUA: aversão ao risco em Wall Street levou investidores a abandonarem ativos mais voláteis (SAUL LOEB/AFP)
Editora de Finanças
Publicado em 4 de março de 2025 às 12h54.
As ações de tecnologia acumulam queda de mais de 7% desde a posse do presidente americano Donald Trump, em janeiro. A escalada da guerra comercial, impulsionada pelas novas tarifas dos EUA contra Canadá, México e China, aumentou a aversão ao risco em Wall Street, levando investidores a abandonarem ativos mais voláteis.
O setor de tecnologia do S&P 500 caiu 3,5% na sessão de segunda-feira e acumula perdas de 7,6% desde a posse de Trump. Economistas alertam que as tarifas podem pressionar os custos de produção, gerar inflação e ter impactos globais.
As tarifas podem elevar os custos de fabricação de gigantes como Apple e Nvidia, que montam parte de seus produtos fora dos EUA. A Nvidia caiu 9% na segunda-feira e já acumula perda de 17% desde janeiro. A empresa produz a maior parte de seus chips em Taiwan, mas afirmou que pretende fabricar parte deles nos EUA, em unidades da TSMC anunciadas nesta semana.
O setor de semicondutores também sente o impacto. O ETF VanEck Semiconductor recuou quase 14% desde janeiro, enquanto a AMD perdeu 20%. Broadcom e Marvell Technology registram quedas ainda mais acentuadas, com perdas superiores a 21% e 31%, respectivamente.
A Tesla, apoiada por Elon Musk, perdeu um terço de seu valor desde a posse de Trump. Alphabet caiu 15%, enquanto Microsoft e Amazon recuaram ao menos 10% cada. A Apple, por outro lado, acumula leve alta de 3%.
Na segunda-feira, Trump afastou qualquer possibilidade de um acordo de última hora, permitindo que as tarifas de 25% sobre Canadá e México entrassem em vigor. "Não há mais espaço para negociação", afirmou o presidente, encerrando semanas de discussões. Além disso, foi imposta uma taxa adicional de 10% sobre produtos chineses.
Os três países responderam imediatamente. O Canadá anunciou tarifas retaliatórias já para esta terça-feira, enquanto o México divulgará sua resposta no domingo. A China, por sua vez, aplicou tarifas de até 15% sobre produtos dos EUA.
*Com agências internacionais