Itaú BBA projeta que lucro líquido da Gol apresente uma alta de 379% em relação ao mesmo período de 2010, atingindo 115 milhões de reais (Divulgação/EXAME)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2011 às 15h22.
São Paulo – A recente alta no custo dos combustíveis não deve afetar significativamente os resultados das companhias aéreas Gol (GOLL4) e TAM (TAMM4). O que poderia exercer peso no desempenho operacional das empresas no primeiro trimestre será compensado pelas boas condições do mercado e as taxas de ocupação crescentes no período, conforme projeta o analista do HSBC, Luciano Campos.
“Esperamos que os resultados confirmem nossa tese de que as condições do mercado brasileiro e o real forte podem ajudar a Gol a expandir margens em 2011, apesar das pressões do preço de combustíveis observadas até agora”, diz o analista. Ele projeta que o lucro líquido apresente uma alta de 379% em relação ao mesmo período de 2010, atingindo 115 milhões de reais. Os números da companhia serão divulgados no dia 10 de maio, após o fechamento do mercado.
Para a concorrente TAM, Campos prevê números mais equilibrados. “No lado positivo, vemos a melhoria na taxa de ocupação e uma possível redução no custo operacional por assento/quilômetro voado (cask), exceto combustível. No lado negativo, uma queda de aproximadamente 5% no indicador das tarifas cobradas aos passageiros (yield), quando os preços do petróleo subiram em torno de 19%, levando a uma margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) muito pequena, apesar do sólido desempenho na linha de receitas”, projeta.
A TAM divulgará seu desempenho referente ao primeiro trimestre do ano no dia 16 de maio, antes da abertura do mercado.
Ações que podem decolar
O analista Luciano Campos também sugere que as ações de TAM e Gol parecem excessivamente descontadas. “No entanto, preferimos a Gol. Nossa escolha tem suporte na qualidade dos resultados projetados à companhia nos primeiros três meses de 2011”, diz.
As ações da Gol são negociadas a um múltiplo VF/Ebitdar (valor da empresa/geração de caixa) de 7,1 vezes, segundo as projeções do analista para 2011. “Este nível é apenas 4,4% superior ao piso de cinco anos (6,8x) registrado durante a crise financeira de 2009”, lembra Campos. Os papéis da TAM são negociados em 6,1 vezes o mesmo múltiplo, um nível aproximadamente 7,5% abaixo do piso de cinco anos (6,6%), também registrado durante a crise financeira há dois anos.
O HSBC tem recomendação de compra aos papéis de ambas. O preço-alvo (dez/11) para as ações preferenciais da Gol é de 33 reais, um potencial de valorização de 50,4%. Para os papéis preferenciais da TAM o preço-alvo (dez/11) estimado é de 42,50 reais, o que representa um potencial de ganhos de 28,7%
Em 2011, as ações da Gol registram desvalorização de 11,8%, enquanto os ativos da TAM desvalorizam 9,9%; desempenhos similares ao do Ibovespa, que amargam o terreno vermelho em 2011, com queda de 7,2%.