"Não sabemos se uma maior influência do governo nas decisões será boa para a Vale", afirma analista (Divulgação/Vale)
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2011 às 17h40.
São Paulo – Depois de uma sessão instável, as ações da Vale encerraram o primeiro dia de negócios após o anúncio da troca em sua liderança em leve alta. A maior mineradora de minério de ferro do mundo será agora presidida por Murilo Ferreira, que assume o lugar de Roger Agnelli no próximo dia 22 de maio.
Os papéis preferenciais de classe A (VALE5) terminaram o dia com uma leve valorização de 0,12%, negociados a 48,30 reais. Ao longo da sessão, contudo, as ações chegaram a cair 0,9% e a subir 0,91%. O volume girado pelos 25.418 negócios chegou a 1,32 bilhão de reais. As ações ordinárias (VALE3), de menor liquidez, avançaram 0,46%, vendidos a 54,40 reais.
Ferreira, que foi presidente das operações da Vale no Canadá até deixar a empresa em 2008, assume a empresa em meio às desconfianças do mercado em relação a um possível aumento da interferência do governo federal nos rumos da mineradora daqui para frente.
Para o analista da Daiwa Capital Markets, Hidetoshi Nishiwaki, ainda é difícil julgar se a troca de CEO será positiva ou negativa.
“Por outro lado, não sabemos se uma maior influência do governo nas decisões será boa à Vale. Por exemplo, o governo pediu a expansão dos investimentos em aço no Brasil. Em minha opinião, investir em mineração, como a operação de Shimandou (Guiné), contribuirá mais para o aumento do lucro que investimentos em siderurgia no Brasil”, disse em entrevista para EXAME.com.
“Esse potencial desvio de negócio principal é algo que teremos que esperar para ver se ocorre, mas é algo que vai afetar o mercado, provavelmente de forma negativa, somente se e quando se tornar realidade”, afirma o banco Banif, em relatório.