Taurus: brasileira ficará com 49% do capital da joint venture e a indiana Jindal Group com os outros 51% (Ethan Miller/Getty Images/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 27 de janeiro de 2020 às 14h34.
São Paulo - As ações da fabricante de armas Taurus operavam em forte alta nesta segunda-feira (27), chegando a subir 18,63% na maior cotação do dia. A valorização ocorre após a empresa anunciar, em fato relavante, uma joint venture com a maior fabricante de aço da Índia, a Jindal Group.
Como parte do acordo entre as duas empresas, será implantada uma fábrica de armas na Índia, onde serão produzidos fuzis, pistolas e revólveres para uso militar e civil. A Taurus ficará com 49% do capital da joint venture e a Jindal Group com os outros 51%.
Segundo a fabricante brasileira de armas, o acordo foi assinado nesta segunda-feira (27) - período que coincide com o da viagem oficial do presidente Jair Bolsonaro à Índia.
Também em viagem à Índia, o deputado federal Eduardo Bolsonaro chegou a defender a abertura do mercado de armas do Brasil para empresas estrangeiras e a quebra do que ele chamou de “monopólio branco” de empresas locais como a Taurus. A fala, porém, provocou reações de seu pai, Jair Bolsonaro, que disse que o discurso de seu filho foi “descabido” e que “ninguém fabrica no Brasil porque ninguém é maluco de pagar 70% de taxas.”
Em 2018, as ações da Taurus subiram 180,8% em meio às promessas de campanha do então candidato Bolsonaro de facilitar o porte de armas. Em meio a empolgação da posse novo presidente, os papéis da Taurus se valorizaram 87,89% nos dois primeiros pregões de 2019. Mas o ritmo de alta não se sustentou ao longo do ano.
Apesar da forte valorização nos primeiros dias de negociação do ano, os papéis da Taurus fecharam 2019 com alta de apenas 6,68% - cerca de 25 pontos percentuais abaixo do registrado pelo Ibovespa, o principal índice da Bolsa. Com atritos entre executivo e legislativo, Bolsonaro enfrentou dificuldade em aprovar leis mais liberais sobre a posse e o porte de armas no Brasil, e teve que recuar no decreto sobre a comercialização de fuzis.