Mercados

Ações da Natura e Avon disparam após Cade aprovar aquisição

Fabricante brasileira subiu mais de 6% na B3, enquanto empresa americana avançou 7% em Nova York

Natura e Avon: quando concluída, nova empresa será a quarta maior do mundo no ramo de beleza. (Natura/Divulgação)

Natura e Avon: quando concluída, nova empresa será a quarta maior do mundo no ramo de beleza. (Natura/Divulgação)

TL

Tais Laporta

Publicado em 7 de novembro de 2019 às 12h41.

Última atualização em 7 de novembro de 2019 às 12h55.

As ações da fabricante brasileira de cosméticos Natura chegaram a saltar mais de 6% nesta quinta-feura (7) após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovar, sem restrições, a aquisição da americana Avon. O negócio foi anunciado em maio.

O papel da Natura (NATU3) negociado na B3 apresentava valorização de 4,3%, cotado a 32,98 reais, por volta de 12h20. Já os papéis da Avon negociados em Nova York subiam 7,06%, a 4,62 dólares cada, por volta do mesmo horário.

Segundo o Cade, a consumação da transação ainda depende do cumprimento de outras condições precedentes, "incluindo a aprovação por autoridades de defesa da concorrência nas demais jurisdições aplicáveis".

Em maio, quando o negócio foi anunciado, as ações de ambas as companhias sofreram forte oscilação, com especulações e da dúvidas sobre o modelo de oferta feito pela companhia brasileira.

As ações da Natura chegaram a cair cerca de 7% no dia em que a brasileira comunicou pela primeira vez o interesse em adquirir a rival. A desconfiança por parte dos investidores se devia, entre outras coisas, ao quadro financeiro da Avon, que em tempos dourados chegou a valer 20 bilhões de dólares e hoje tem seu valor de mercado reduzido a pouco mais de 2 bilhão de dólares. A Natura vale hoje 28,5 bilhões de reais, perto de seu pico histórico.  

Quarto maior negócio de beleza do mundo

O acordo de compra da Avon prevê a criação de uma nova sociedade, a holding Natura &Co, para controlar todas as ações da Avon e da Natura, como resultado de uma reestruturação societária. A nova sociedade terá participação de 76% pelos acionistas da Natura e 24% pelos acionistas da Avon. As ações serão listadas no segmento Novo Mercado da bolsa de São Paulo, B3.

De acordo com a Natura, quando concluída, a aquisição a será a quarta maior empresa de beleza do mundo. O Brasil já é o maior mercado da Avon. Juntas, as empresas terão a liderança na venda por relações, com mais de 6,3 milhões de representantes e consultoras e presença global com 3,2 mil lojas.

Com a Avon, a Natura &Co terá faturamento anual superior a 10 bilhões de dólares, mais de 40 mil colaboradores e presença em cem países. A Natura &Co espera que a combinação desses negócios resulte em sinergias estimadas entre 150 milhões de dólares e 250 milhões de dólares anuais, que devem em parte ser reinvestidas para aumentar ainda mais sua presença nos canais digitais e mídias sociais, em pesquisa e desenvolvimento, iniciativas de marca e expansão da presença geográfica do grupo, diz o comunicado.

 

Acompanhe tudo sobre:AvonCadeNatura

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney