JBS: mais cedo, as ações entraram em leilão (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de maio de 2017 às 14h55.
Última atualização em 26 de maio de 2017 às 14h57.
São Paulo - Após registrarem alta de 22,54% na véspera, as ações da JBS voltaram a despencar nesta sexta-feira, 26, e chegaram a registrar recuo de 10,23%.
Por volta das 12h45, os papéis da dona das marcas Friboi e Seara recuavam 3,05%, a R$ 7,96. Mais cedo, as ações entraram em leilão - quando a Bolsa continua recebendo ofertas, mas nenhum negócio é fechado em função do descasamento entre os preços de compra e venda.
As ações da processadora de carnes vêm apresentando fortes oscilações desde a semana passada, com a revelação de que executivos do grupo fecharam um acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, holding controladora da JBS, chegou a gravar uma conversa com o presidente Michel Temer sobre a compra do silêncio do deputado afastado Eduardo Cunha, preso pela operação.
No dia seguinte às notícias sobre o acordo, os papéis da JBS registraram queda histórica de 31% e seguiram alternando entre altas e baixas de dois dígitos nos pregões posteriores. Nesta sexta, pesam notícias de que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) podem rever os termos desse acordo.
Na quinta, notícias deram conta de que a J&F buscava bancos para vender três de suas empresas para concentrar esforços na operação da JBS, que deve arcar em breve com pesadas multas no Brasil e nos Estados Unidos, onde a empresa tem ações listadas na Bolsa de Nova York. A empresa nega.
Além dos acordos de delação premiada firmados por executivos, a empresa também deve fechar um acordo de leniência com o Ministério Público Federal, que pede multa de R$ 11,14 bilhões. A JBS ofereceu, em sua segunda proposta, R$ 4 bilhões, mas não fechou o acordo.