Uma avaliação recente do Itaú BBA considerou que as ações da GOL devem ser evitadas (Raul Junior / VOCÊ S.A.)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2012 às 10h44.
São Paulo – As ações da GOL (GOLL4) operam no vermelho nesta terça-feira, com a desvalorização chegando a 10,5% na mínima do dia.
Ontem os papéis decolaram 10% após os investidores apostarem na possível entrada de um novo sócio no capital da empresa. A especulação cresceu durante o dia após a assessoria de imprensa enviar um convite para um “importante anúncio” que seria realizado às 17h30 de ontem no Hotel Transamérica, em São Paulo.
Porém, a companhia não anunciou o que o mercado esperava exatamente. A GOL revelou a compra de mais 60 Boeing 737 MAX, que começarão a ser entregues a partir de 2018. Segundo o comunicado, os aviões serão usados na renovação da frota.
O presidente da GOL, Paulo Kakinoff, justificou a compra para manter a frota “moderna, jovem e extremamente segura”.
“O novo avião será um dos equipamentos com o melhor custo benefício do mercado, por apresentar uma economia operacional incomparável. Isto é condizente também com o nosso modelo de negócio low cost”, continuou em um comunicado.
A notícia veio como uma bomba para os investidores e os papéis caíram 1,95% nas negociações ocorridas após o fechamento do pregão de ontem. A variação máxima neste mercado “after-market” é de 2%.
Durante a coletiva, Kakinoff deixou claro que as notícias sobre a venda são “especulações” e que a empresa vive um “cenário transitório”.
O alto endividamento, apontado como um dos maiores do setor aéreo no mundo, esquentou as apostas de venda de uma fatia. A Qatar Airways foi apontada como a principal interessada, mas ambas negaram.
Evite a GOL
Uma avaliação recente do Itaú BBA considerou que as ações da GOL devem ser evitadas.
“A GOL está focada em rotas domésticas, nas quais a concorrência é mais acirrada”, diz Renata Faber, analista que assina o relatório.
A análise destaca ainda preocupações com relação aos custos em forte aumento da companhia, suas dificuldades em elevar os yields (rendimentos), níveis atuais da dívida e cenário cambial atual desfavorável.