Fábrica da Embraer: votação da assembleia de acionistas sobre o acordo com a Boeing está prevista para 26 de fevereiro (Germano Lûders/Exame)
Natália Flach
Publicado em 21 de fevereiro de 2019 às 12h45.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2019 às 13h26.
As ações da Embraer reagiram à notícia de que o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, vai se encontrar com o presidente da empresa, Paulo Cezar de Souza e Silva, em São José dos Campos, para discutir o acordo com a gigante americana Boeing. O pedido foi feito pelo vice-presidente, general Hamilton Mourão, de acordo com reportagem exclusiva de EXAME. Às 12h20, os papéis da fabricante brasileiras subiam 1,47% para R$ 19,38, sustentadas pelo interesse do governo em entender os detalhes da negociação. A votação em assembleia de acionistas está prevista para o dia 26 de fevereiro. A alta acontece em um momento que o Ibovespa caía 0,57% para 95.996 pontos.
Em relatório, a equipe de análise do BTG Pactual disse que as projeções da Embraer para 2019 vieram abaixo das expectativas e que as de 2020 ficaram em linha com o esperado. “Com a conclusão do acordo com a Boeing, a Embraer antecipa a estrutura de capital com posição de caixa de cerca de US$ 1 bilhão, após o pagamento especial de dividendos de cerca de US$ 1,6 bilhão”, escrevem Renato Mimica e Samuel Alves, analistas do banco, em relatório divulgado em 16 de janeiro.
A Embraer espera que as receitas do ano que vem fiquem entre US$ 2,5 bilhões e US$ 2,8 bilhões (sem contar com a participação de 20% na aviação comercial da joint venture com a Boeing). Já a margem Ebit deve ficar entre 2% e 5%, e o fluxo de caixa deve chegar ao equilíbrio (breakeven). “Mas vemos riscos vindo da negociação com a Boeing, como benefícios da cadeia produtiva. Estimamos que a Embraer vai negociar abaixo de 2,5 vezes o valor de mercado sobre Ebitda, no ano que vem”, escrevem analistas.