“As ações ligadas ao etanol responderam negativamente ao noticiário e criaram um ponto atrativo de entrada”, apontam analistas (Divulgação/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2011 às 18h53.
São Paulo – O Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, encerrou esta semana em queda de 0,79%, aos 68.718 pontos, e continua no vermelho em 2011 com uma desvalorização de 0,85%. O índice Small Cap, que reúne as empresas de baixa capitalização de mercado, apresentou uma leve alta de 0,03% no período. No ano, a queda acumulada é de 0,64%.
As ações da Cosan (CSAN3) foram o destaque negativo do Ibovespa nesta semana. Os papéis recuaram 8,67% ma semana e terminaram cotados a 23,82 reais. Os papéis foram afetados pelos temores de que o governo estaria insatisfeito com os baixos estoques de etanol e que prepara medidas para limitar as exportações do setor sucroalcooleiro.
O governo teria determinado que a fiscalização do etanol passe a ser realizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). A intenção seria a de regular os estoques e a oferta do combustível no mercado doméstico. Outra possibilidade avaliada é a criação de uma linha temporária, de três a quatro anos, para financiar a renovação de canaviais com recursos de instituições do governo.
A queda, contudo, pode abrir uma oportunidade de entrada nos papéis do setor, sugere relatório do Deutsche Bank. “As ações ligadas ao etanol responderam negativamente ao noticiário e criaram um ponto atrativo de entrada, em nossa visão”, apontam os analistas Marcus Sequeira e Luiz Fonseca. Para eles, o envolvimento da ANP e do Ministério de Minas e Energia pode até ser positivo.
Eles citam a possibilidade de redução da informalidade no setor e o incentivo ao investimento. A recomendação de compra para a Cosan (CSAN3) foi mantida, com um preço-alvo de 34 reais.
MMX
Os papéis da MMX Mineração (MMXM3), por sua vez, subiram 9,6% na semana, negociadas a 11,05 reais. As ações têm sido beneficiadas pelo crescimento dos preços do minério de ferro no mercado à vista internacional. Em relatório publicado nesta semana, o Itaú BBA sugeriu que as a ções da MMX não estão corretamente precificadas.
“A perspectiva de ganhos de escala e de sinergias da MMX não estão precificadas”, disseram os analistas Marcos Assumpção e Alexandre Miguel.
Eles explicam que o preço atual das ações não reflete por completo o plano existente para expandir a capacidade de produção de minério de ferro para 48 milhões de toneladas por ano, considerando a MMX Sudeste (Serra Azul + Bom Sucesso), em Minas Gerais, e a Minera MMX, no Chile, subsidiária com foco no desenvolvimento de novos negócios ligados à área de mineração naquele país. A capacidade de produção atual da companhia está em 10 milhões de toneladas anuais.