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Ações da Boeing caem após China suspender entrega de jatos; Embraer fecha em alta

Neste ano, até março, 18 das 130 aeronaves entregues pela Boeing foram destinadas a companhias chinesas

Boeing: governo chinês orientar companhias aéreas do país a não realizarem novos pedidos dos jatos da fabricante norte-americana (Samuel Corum/Getty Images)

Boeing: governo chinês orientar companhias aéreas do país a não realizarem novos pedidos dos jatos da fabricante norte-americana (Samuel Corum/Getty Images)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 15 de abril de 2025 às 11h10.

Última atualização em 15 de abril de 2025 às 17h56.

As ações da Boeing fecharam em queda nesta terça-feira, 15, após o governo chinês orientar companhias aéreas do país a não realizarem novos pedidos dos jatos da fabricante norte-americana. A medida, que também exige aprovação prévia para entregas já contratadas, foi vista como um novo capítulo na escalada da guerra comercial entre China e Estados Unidos.

Segundo a Bloomberg, a Administração de Aviação Civil da China (CAAC) teria determinado a suspensão das entregas dos aviões da Boeing. Com isso, os papéis da empresa recuaram 2,36% na Bolsa de Nova York logo após a abertura do mercado.

Recorde de vendas e lucro bilionário: até onde vai a super Embraer?

A China representa um dos mercados mais relevantes para a Boeing no longo prazo. A companhia estima que o país asiático responderá por cerca de 20% das entregas globais de aeronaves nas próximas duas décadas. Neste ano, até março, 18 das 130 aeronaves entregues pela Boeing foram destinadas a companhias chinesas.

Enquanto isso, as ações da brasileira Embraer reagiram positivamente. Na B3, os papéis acumularam alta de 3,06%. Em Nova York, as ADRs da fabricante brasileira avançaram 2,39%. No pós-mercado, às 17h28, as ações subiam 1,99%. 

A crise da Boeing

A fabricante americana enfrenta uma crise que já dura anos e tem origem nos dois acidentes fatais com modelos 737 Max registrados em 2018 e 2019. Desde então, a empresa não voltou a registrar lucro anual. A retomada das entregas à China, inclusive, só foi autorizada no ano passado.

No começo do ano passado, a companhia se viu no centro de outra crise quando a porta de um 737 Max operado pela Alaska Airlines explodiu. O acidente desencadeou uma nova fiscalização federal e provocou um novo atraso nas entregas de aviões.

Em 29 de dezembro de 2024, um novo acidente na Coreia do Sul, que matou 179 pessoas, reacendeu as preocupações com a segurança da fabricante.

A empresa também enfrentou uma greve de quase dois meses entre setembro e novembro de 2024, que paralisou grande parte da produção e impactou fortemente os resultados. No último trimestre do ano, a Boeing registrou prejuízo de US$ 3,86 bilhões, acumulando perdas anuais de US$ 11,83 bilhões — o pior resultado desde 2020.

Apesar do cenário adverso, o CEO Kelly Ortberg afirmou que a Boeing segue empenhada em recuperar a confiança do mercado e voltar a gerar fluxo de caixa positivo ainda em 2025.

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