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Ações ampliam perdas por preocupações com Fed e BCE

Dados econômicos positivos sobre os EUA alimentaram temores de que o banco central do país pode começar a reduzir em breve seu estímulo monetário


	FTSE: o índice FTSEurofirst 300, que reúne os principais papéis do continente, perdeu 0,96%, para 1.261 pontos
 (Lionel Healing/Stringer)

FTSE: o índice FTSEurofirst 300, que reúne os principais papéis do continente, perdeu 0,96%, para 1.261 pontos (Lionel Healing/Stringer)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 15h32.

Paris - As ações europeias recuaram nesta quinta-feira, com investidores preocupados com o risco de deflação na zona do euro, enquanto dados econômicos positivos sobre os Estados Unidos alimentaram temores de que o banco central do país pode começar a reduzir em breve seu estímulo monetário.

O índice FTSEurofirst 300, que reúne os principais papéis do continente, perdeu 0,96 por cento, para 1.261 pontos, recuando pela quarta sessão consecutiva. O índice acumula queda de 3,4 por cento até agora nesta semana, caminhando para registrar a pior performance semanal desde meados de junho.

A bolsa italiana e a espanhola --que têm tido desempenho melhor do que o mercado europeu nos últimos cinco meses-- figuraram entre as mais atingidas nesta quinta-feira, com o papel do BBVA recuando 2,6 por cento, a ação do Banco Santander perdendo 2 por cento e o papel da Intesa SanPaolo tendo desvalorização de 3,4 por cento.

Ações de bancos do sul da Europa têm sido impulsionadas recentemente por expectativas de nova rodada de empréstimos de longo prazo (LTROs, na sigla em inglês) do Banco Central Europeu (BCE).

Mas, em reunião na quinta-feira, o BCE deixou as taxas de juros inalteradas e não anunciou um novo LTRO, enquanto o presidente do banco, Mario Draghi, disse que os riscos à perspectiva econômica da região tendem ao negativo.


Investidores também preocupavam-se com novas projeções da equipe do BCE prevendo que a inflação ficará, em média, em apenas 1,1 por cento no próximo ano e em 1,3 por cento em 2015 -- bem abaixo da meta do BCE, de pouco menos de 2 por cento.

"Embora a deflação pareça estar perto, há crescentes dúvidas sobre a disposição do BCE de agir decididamente para promover a economia. É uma questão de credibilidade neste momento", afirmou o analista do FXCM, Vincent Ganne.

"Uma onda de realização de lucros acabou de começar nas ações. Mas o recuo não deve ser violento demais, exceto talvez se o Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos) começar a reduzir o estímulo monetário neste mês", emendou.

Dados também mostraram nesta quinta-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano cresceu em ritmo anualizado de 3,6 por cento no último trimestre, maior taxa de crescimento desde o primeiro trimestre de 2012, e bem acima da expansão de 3,0 por cento esperada por economistas. Além disso, os pedidos semanais de auxílio-desemprego no país recuaram pela terceira semana consecutiva.

Os números alimentaram expectativas de que o Fed pode começar a cortar seu programa de compra de títulos, que tem alimentado o forte rali do mercado neste ano.

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