O metrô de Tóquio transporta mais de 6,5 milhões de passageiros por dia (Richard Brooks / AFP)
Repórter colaborador
Publicado em 23 de outubro de 2024 às 11h40.
Última atualização em 23 de outubro de 2024 às 12h29.
Em sua estreia na bolsa de Tóquio, a ação do metrô da capital japonesa subiu quase 50% depois que o governo levantou US$ 2,3 bilhões, na maior oferta pública inicial do Japão em seis anos.
As ações da empresa fecharam em 1.739 ienes (US$ 11.43), 45% acima do preço de emissão de 1.200 ienes. Durante o pregão, elas chegaram a subir 47%.
Os 348,6 bilhões de ienes resgatarão títulos emitidos após o terremoto, tsunami e desastre nuclear de 2011 no nordeste do Japão, que matou 18.000 pessoas.
A listagem reduz a participação do governo na empresa, dividida entre a esfera federal e a cidade de Tóquio, para cerca de 50%. Muitas operadoras ferroviárias japonesas já foram privatizadas.
O IPO é o maior do Japão desde que o conglomerado de tecnologia e telecomunicações do magnata Masayoshi Son, SoftBank Group, levantou um recorde nacional de US$ 23,5 bilhões ao listar sua unidade móvel em 2018.
Foi também a primeira privatização de uma empresa estatal desde os IPOs da JR Kyushu, que arrecadou US$ 4 bilhões em 2016, e da Japan Post um ano antes, que arrecadou US$ 11,7 bilhões
Analistas disseram que os fortes lucros da empresa e os negócios estáveis — com Tóquio menos afetada pela crise demográfica do Japão — e o alto rendimento de dividendos atraíram investidores. Até março de 2025, espera-se pagar 40 ienes por ação.
O metrô de Tóquio, que transporta mais de 6,5 milhões de passageiros por dia e é conhecido por seus altos níveis de pontualidade e limpeza, registrou um lucro líquido de 46 bilhões de ienes no ano fiscal encerrado em março de 2024, um aumento de 67% em relação ao ano anterior. Neste ano, pretende aumentar esse lucro para 52 bilhões de ienes.
Londres construiu a primeira ferrovia subterrânea pública, mas em 1927 Tóquio se tornou a primeira cidade asiática com um metrô — atualmente com 195 km de extensão. O metrô de São Paulo, por exemplo, tem 104 km.