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Ação das Casas Bahia (BHIA3) cai mais de 9% nesta quinta em "correção de rota" e após balanço

A varejista informou que conseguiu diminuir o prejuízo em 54% no quarto trimestre, mas os números ficaram abaixo do esperado

O BTG (mesmo grupo controlador da EXAME) vê as Casas Bahia numa perspectiva de curto prazo "desafiadora" (Divulgação/Divulgação)

O BTG (mesmo grupo controlador da EXAME) vê as Casas Bahia numa perspectiva de curto prazo "desafiadora" (Divulgação/Divulgação)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 13 de março de 2025 às 15h12.

Última atualização em 13 de março de 2025 às 16h02.

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Os papéis das Casas Bahia (BHIA3) caíam mais de 9% no pregão desta quinta-feira, 13, movimento visto como uma correção de rota, já que na segunda-feira a companhia registrou um salto de 30% nas ações e vinha acumulando um impressionante ganho de 95,8% em apenas 5 pregões de março.

Analistas sugeriram que a disparada pode estar relacionada a um “short squeeze” -- quando investidores que apostaram na queda de uma ação são forçados a recomprá-la para reduzir perda.

Mas o comunicado ao mercado divulgado na terça-feira trouxe uma explicação inesperada. O agente de investimentos Rafael Ferri adquiriu 5,11% do capital das Casas Bahia, seja diretamente, em nome de sua pessoa física, ou por meio de empresas controladas ou derivativos.

Ferri é conhecido nos fóruns de finanças e mercados das redes sociais por dar recomendações -- por vezes questionadas -- a investidores pessoa física.

Lojas indo bem, mas com prejuízo

Na noite de ontem, a varejista informou que conseguiu diminuir o prejuízo em 54% no quarto trimestre, para R$ 452 milhões. Acontece que esse desempenho veio pior que as projeções, que apontavam para um prejuízo de R$ 312,7 milhões no período, segundo compilação feita pela Bloomberg. 

As vendas em mesmas lojas (SSS) aumentaram nada menos que 17,1% no período, com ganho de fatias de mercado e impulsionando as vendas gerais da companhia.

A receita bruta alcançou R$ 9,52 bilhões no quarto trimestre, um crescimento de 8,1% em relação ao mesmo período de 2023. A receita líquida foi de R$ 7,98 bilhões, o que representa uma alta de 7,6% no trimestre. O GMV consolidado subiu 9,9%, impulsionado pelo crescimento também pela forte alta de 23,7% no marketplace (3P).

Já a margem bruta subiu para 30,8%, um aumento de 3,2 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2023, refletindo uma maior eficiência nas operações. A margem EBITDA ajustada foi de 8%, avanço de 5,8 pontos percentuais, com um EBITDA ajustado de R$ 640 milhões — quatro vezes o registrado um ano antes.

"Demos mais uma volta no parafuso, considerando o cenário macro mais desafiador", diz Renato Franklin, CEO da Casas Bahia. A empresa teve um prejuízo de R$ 452 milhões no quarto trimestre, uma redução de 54,8% em relação ao mesmo período de 2023. Para o acumulado de 2024, o prejuízo foi de R$ 1,04 bilhão, queda de 60,2% em relação ao ano anterior.

Perspectiva desafiadora

Segundo relatório do BTG (mesmo grupo controlador da EXAME), a receita líquida começou a se recuperar no quarto trimestre, o que, juntamente com uma
melhor margem bruta e iniciativas de corte de custos, levou a melhorias nos números operacionais. "Apesar disso, ainda vemos uma perspectiva de curto
prazo desafiadora, com taxas de juros mais altas e um cenário competitivo difícil", disse o BTG. O banco informou que permanece com uma "recomendação neutra devido à perspectiva de concorrência acirrada, forte exposição a eletrônicos/eletrodomésticos, altos custos de financiamento e desafios na monetização de créditos fiscais". O preço-alvo é de R$ 3.

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