Mercado de bolsas de luxo ficaria 'sufocado' com a fusão, segundo a Justiça (Krisztian Bocsi/Bloomberg)
Redação Exame
Publicado em 25 de outubro de 2024 às 07h30.
As ações da Capri caíram 45%, enquanto as ações da Tapestry saltaram mais de 14% nas negociações após o expediente de quinta-feira depois que uma juíza federal bloqueou fusão de US$ 8,5 bilhões entre as duas empresas. No pré-mercado desta sexta, os papéis da Capri afundavam mais de 46%.
A juíza distrital Jennifer Rochon decidiu que a compra da Capri pela Tapestry resultaria em pressão anticompetitiva de preços no mercado de bolsas de luxo acessíveis.
A Capri é dona de várias marcas renomadas, incluindo Versace, Jimmy Choo e Michael Kors, enquanto a Tapestry é dona da Coach, das bolsas Kate Spade e da Stuart Weitzman.
No ano passado, as duas empresas fecharam um acordo permitindo que a Tapestry adquirisse a Coach por US$ 57 por ação em dinheiro. No entanto, a Federal Trade Commission, como se fosse o Cade dos EUA, prometeu bloquear o acordo e pediu uma liminar para impedir a fusão em abril deste ano.
O julgamento aconteceu em Nova York e durou oito dias. A FTC argumentou que a união de dois fabricantes líderes de bolsas de luxo prejudicaria os consumidores e sufocaria a concorrência. Enquanto isso, a Tapestry alegou que o poder combinado dos dois era necessário para combater a intensa competição e reconquistar a participação de mercado de marcas europeias como a Gucci.
A decisão em favor da FTC marca uma grande vitória para a presidente do órgão, Lina Khan, que tem sido muito agressiva no congelamento de acordos que podem levar a um monopólio - isso em todos os setores. Tapestry e Capri prometem apelar da decisão.
Curiosamente, os reguladores de Japão e União Europeia aprovaram a fusão no início deste ano.