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ABC, com acionista líbio, é o mais atraente entre os bancos médios, diz Spinelli

Momento atual gera uma oportunidade de compra aos investidores, afirma o analista

A sede do ABC Brasil, cujo preço-alvo para as ações foi fixado em R$ 15,40 até o final de 2011 (EXAME.com)

A sede do ABC Brasil, cujo preço-alvo para as ações foi fixado em R$ 15,40 até o final de 2011 (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2011 às 18h24.

São Paulo – A corretora Spinelli iniciou nesta quinta-feira (24) a cobertura das ações preferenciais do banco ABC Brasil (ABCB4), classificando a companhia como a mais atrativa entre seus pares no setor de bancos de médio porte. Em relatório, o analista Daniel Malheiros estabeleceu um preço-alvo de 15,40 por cada ação da instituição financeira até dezembro de 2011. A recomendação é de compra.

O analista justifica que o ABC Brasil, cujo controle é do Arab Banking Corporation (57% do total), um dos maiores bancos do Oriente Médio e Norte da África, possui boas perspectivas de crescimento, rentabilidade acima da média do setor, desconto de múltiplos, baixo índice de inadimplência e exposição ao segmento de Middle Market (empresas médias) e Corporate. A companhia ocupa a 22ª posição no ranking de representatividade no Sistema Financeiro Nacional (SFN).

“Dos bancos médios com ações negociadas em bolsa, o ABC ocupa a terceira posição no ranking de valor de mercado, estimado em aproximadamente 1,7 bilhão de reais, e o terceiro lugar no quesito volume médio diário negociado, cerca de 4 milhões de reais”, detalha Malheiros.

Questão da Líbia

O ABC Brasil é controlado pelo Arab Banking Corporation, cujo participação acionária majoritária pertence ao Banco Central da Líbia. Por conta disso, as ações do ABC Brasil apresentam queda de 17,3% no ano, enquanto o Ibovespa cai 2,2%. Os pares do banco recuam: BICBANCO caiu 20,1%, Daycoval recuou 5,9% e Sofisa diminuiu em 1,5%.

Na segunda-feira (21), a agência de classificação de risco Moody's afirmou os ratings do ABC Brasil e alterou de estável para negativa a perspectiva do rating de força financeira D+ do banco, além dos ratings de depósito global em moedas local e estrangeira Baa3.

A Moody’s justificou que a nota negativa reflete as incertezas atuais sobre o efeito que a elevada instabilidade do Oriente Médio poderia ter sobre a própria estrutura de captação do ABC Brasil e sobre seu controlador (o Arab Banking Corporation). Apenas entre os dias 21 e 24 de fevereiro, quando se intensificaram os protestos na Líbia, os ativos do ABC Brasil tombaram 11%.

“O fato do Banco Central da Líbia ser controlador do ABC Brasil tem causado certa confusão” e justifica essa desvalorização, afirma Malheiros. Segundo ele, o mercado teme que a venda de ações possa provocar uma pressão vendedora sobre os papéis do banco. Contudo, “não sabemos as proporções que os conflitos da Líbia podem tomar, mas enxergamos que o impacto no ABC Brasil via aumento do custo de funding deve ser limitado e momentâneo”, estimou.

Quanto a uma possível redução na participação societária do controlador ou até mesmo a venda do controle, a Spinelli avalia esta possibilidade como remota, já que “não faria sentido a venda das ações no momento atual”.

Os papéis do ABC Brasil estão cotados abaixo do preço de lançamento no IPO (25 de julho de 2007) de 13,50 reais e distantes da máxima atingida em 17,39 reais. “Assim, o momento atual gera uma oportunidade de compra aos investidores”, conclui Malheiros.

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