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A polêmica reunião e a segunda onda no mundo: a bolsa hoje

“Incertezas políticas nesse momento tão complicado levam os investidores a buscarem proteção”, diz analista

IBOVESPA: bolsa caiu 1,5% nesta quarta-feira, para 77 mil pontos (Rahel Patrasso/Reuters)

IBOVESPA: bolsa caiu 1,5% nesta quarta-feira, para 77 mil pontos (Rahel Patrasso/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2020 às 06h59.

Última atualização em 13 de maio de 2020 às 07h02.

A política interna deve continuar se sobrepondo às notícias internacionais no radar dos investidores nesta quarta-feira. Ontem, jornais brasileiros destacaram trechos de uma reunião ministerial em que o presidente Jair Bolsonaro teria associado a troca na superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro à necessidade de proteger sua família.

“Incertezas políticas nesse momento tão complicado levam os investidores a buscarem proteção”, disse Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos. Ontem, o Ibovespa caiu 1,5% e encerrou em 77.871,95 pontos. O dólar comercial subiu 0,7% e encerrou cotado a 5,866 reais, renovando o recorde de fechamento.

Globalmente, o dia começou com as bolsas em queda por temores de que a reabertura de cidades e países leve a uma nova onda de contágio de coronavírus. O Reino Unido anunciou uma retração de 5,8% em março, num sinal de que os dados de abril podem ser piores que o previsto inicialmente.

O vídeo da polêmica reunião ministerial será transcrito e periciado pela Polícia Federal. O ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello deu 48h para que as partes se posicionem sobre o fim do sigilo, e deve decidir se divulga o vídeo na íntegra ou parcialmente.

Os advogados do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, dizem que o vídeo confirma o conteúdo de seu depoimento, e defenderam a divulgação do vídeo na íntegra. O procurador-geral da República, Augusto Aras, pode decidir sobre uma denúncia formal contra presidente.

Ontem, os ministros Braga Netto (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) deram depoimento. As oitivas sobre o caso acontecem até quinta-feira. Bolsonaro, por sua vez, se limitou a dizer que o Rio de Janeiro é seu estado, mas que não entraria em detalhe sobre seu depoimento (que pode ser feito por escrito).

A disputa política deixou até a pandemia em segundo plano, ontem. O Brasil registrou 881 mortes diárias por coronavírus, maior número desde o primeiro caso confirmado no país, há dois meses. No total, são 12.400 mortes e 177.589 casos, número que fez o Brasil superar a Alemanha e se tornar a o sétimo país com mais doentes confirmados no mundo. Segundo dados do governo, 2.865 municípios registram casos de coronavírus. O número representa 51,4% do total de 5.570 cidades no Brasil.

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