Grupo México: valorização das ações após Trump (Divulgação/GrupoMexico)
Rita Azevedo
Publicado em 4 de março de 2017 às 06h00.
Última atualização em 4 de março de 2017 às 22h56.
São Paulo — A relação entre Donald Trump e o México está longe de ser das melhores, com as ameaças do republicano de construir um muro na fronteira e acabar com acordos econômicos. Alguns dos planos de Trump, no entanto, têm beneficiado duas empresas mexicanas.
Uma delas é o Grupo México, holding com negócios na área de mineração e infraestrutura e um dos principais produtores de cobre do mundo. Desde novembro, quando Trump foi eleito, as ações da companhia acumularam ganhos de 35%. No mesmo período, o principal índice da Bolsa Mexicana de Valores (BMV) registrou perdas de 0,65%. Os números são da Economatica.
O motivo para a euforia dos investidores é a expectativa de que Trump tire do papel seu plano de investir 1 trilhão de dólares na construção de estradas, pontes e aeroportos. Caso isso aconteça, a demanda por metais como o cobre aumentaria, impactando o preço do metal e, consequentemente, as vendas do Grupo. A companhia terminou 2016 com receitas de pouco mais de 8 milhões de dólares.
A Cementos Chihuahua é outra companhia que viu suas ações dispararem após a vitória de Trump. Desde novembro, os papéis da empresa acumularam ganhos de 57%. No período, o valor de mercado da companhia passou de 984 milhões de dólares para 1,5 bilhão de dólares.
No caso da Chihuahua, o motivo da valorização é outro. É que desde novembro, os mexicanos viram sua moeda depreciar até 15% em relação ao dólar. Se a notícia é ruim para muitas companhias, para a fabricante de cimentos é motivo de comemoração. Como cerca de 70% das vendas da empresa têm como origem os Estados Unidos, quanto mais forte o dólar, maiores as receitas.