Carrefour: atualmente tem 11,8% do mercado brasileiro (Lailson Santos/Site Exame)
EXAME Hoje
Publicado em 18 de julho de 2017 às 06h18.
Última atualização em 18 de julho de 2017 às 11h34.
A terça-feira será o dia de descobrir se o varejista Carrefour, e com ele um de seus principais acionistas, o empresário Abílio Diniz, finalmente cumprirá a promessa de abrir capital das operações brasileiras. O Carrefour deve divulgar hoje o preço final de suas ações, que serão listadas na bolsa brasileira a partir de quinta-feira 20. O preço definido pelo varejista está na faixa entre 15 e 19 reais, mas analistas estimam que o preço mais provável seria entre 16 e 17 reais. Se este patamar for atingido, o IPO do Carrefour movimentará entre 4,75 e 5,05 bilhões de reais na maior abertura de capital do país desde abril de 2013. Na época, o BB seguridade arrecadou 11,5 bilhões de reais em sua estreia na bolsa.
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Mesmo que não alcance o valor máximo, a abertura de capital do Carrefour já será considerada um sucesso, já que mostra o interesse de investidores mesmo diante de um cenário político conturbado. O principal destino dos recursos obtidos com o IPO será o pagamento de dívidas com a sua controladora francesa, no valor de 2,8 bilhões de reais. O restante reforçará o capital de giro da companhia. O montante deve ajudar o Carrefour a expandir suas operações e ampliar a sua liderança no país na briga com segundo colocado, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) – dono das marcas Extra, Pão de Açúcar e Assaí Atacadista.
Atualmente, o Carrefour tem 11,8% do mercado brasileiro, enquanto o GPA tem 10,8%. “O Carrefour é uma marca conhecida globalmente, uma operação bem consolidada no Brasil e, comparando a operação com GPA, o Carrefour é mais rentável porque é dono da maioria de seus imóveis”, diz Giovana Scottini, analista da consultoria Eleven Financial. Se tudo sair como previsto, a maior varejista do país terá um valor de mercado entre 29,7 bilhões e 37,6 bilhões de reais. O GPA vale 17,7 bilhões na bolsa.
A receita das companhias não difere muito, enquanto o varejo alimentar do GPA faturou 41,4 bilhões de reais em 2016, o Carrefour teve receita de 47,5 bilhões de reais. Mas, na última linha do balanço, a diferença tem sido enorme: enquanto o GPA teve um prejuízo de 133 milhões de reais no varejo alimentar, o Carrefour lucrou 1,17 bilhão no último ano. Além de disputar clientes, as empresas devem começar, agora, a disputar também investidores.