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A disparada da JBS

No dia em que Michel Temer assumiu a presidência, um assunto totalmente alheio a Brasília agitou as negociações na bolsa. As ações da companhia de alimentos JBS, que até então tinham queda de 28% no ano, subiram 21%. A alta aconteceu após a companhia anunciar, na noite de quarta-feira, que vai transferir seus negócios no […]

WESLEY BATISTA, DA JBS: companhia agitou mercado com anúncio de reestruturação / Germano Lüders (Germano Lüders/Exame)

WESLEY BATISTA, DA JBS: companhia agitou mercado com anúncio de reestruturação / Germano Lüders (Germano Lüders/Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2016 às 21h16.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h03.

No dia em que Michel Temer assumiu a presidência, um assunto totalmente alheio a Brasília agitou as negociações na bolsa. As ações da companhia de alimentos JBS, que até então tinham queda de 28% no ano, subiram 21%. A alta aconteceu após a companhia anunciar, na noite de quarta-feira, que vai transferir seus negócios no exterior e a Seara Alimentos, que no ano passado foram responsáveis por cerca de 80% do faturamento do grupo, para uma nova empresa com sede na Irlanda e capital aberto na Bolsa de Valores de Nova York.

Segundo a JBS, a criação da nova companhia tem como objetivo dar acesso “a uma base ampla de investidores e a um mercado de dívida com custo melhor”. Tudo isso é verdade. Mas a escolha pela Irlanda, segundo analistas e consultores ouvidos por EXAME Hoje, tem outra motivação: impostos menores.

Atualmente, 100% os negócios da JBS estão sujeitos à tributação brasileira, onde fica a sede da companhia – a alíquota chega a 34%. A nova estrutura na Irlanda deve pagar apenas 12,5%. Estimativas de analistas apontam que a mudança de endereço pode derrubar as despesas operacionais das unidades transferidas em até 20%. No primeiro trimestre, as despesas operacionais totais somaram 3,9 bilhões de reais.

“O plano é muito inteligente. Ao oferecer aos acionistas minoritários a oportunidade de ter parte do capital da nova empresa, eles se precaveram de qualquer problema com o mercado interno”, diz Isaias Coelho, pesquisador do Núcleo de Estudos Fiscais da FGV. Em tempos de crise agudas por aqui, quanto menos Brasil, melhor.

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