As especulações em torno das eleições têm movimentado o mercado (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2014 às 12h23.
São Paulo – As especulações em torno das eleições têm movimentado a Bovespa com fortes oscilações nos últimos meses e exigido sangue frio do investidor.
O analista Flávio Conde, da Gradual Investimentos, listou quatro ações para sobreviver durante as tempestades pré e pós-eleições.
De acordo com Conde, os papéis que você verá abaixo são de empresas resilientes, que pagam altos dividendos, têm caixa alto para se beneficiar dos juros e não possuem dívidas em dólar.
“São empresas que numa eventual queda da bolsa suas ações perderiam menos”, afirma o analista.
Eternit (ETER3)
A Eternit tem gerado mais caixa do que suas necessidades de investimentos, conforme explica a análise. A distribuição de dividendos chega a 70% do lucro líquido, propiciando um retorno aos acionistas de cerca de 10%.
“A receita da Eternit tende a continuar elevada, caso os níveis de emprego e crédito permaneçam altos. O beta de ETER3 é de apenas 0,2, o que significa que numa eventual queda do mercado as ações acompanhariam apenas 20% do movimento”, explica o analista.
Porto Seguro (PSSA3)
A análise da Gradual Investimentos destaca que os resultados da Porto Seguro têm sido crescentes e os retornos sobre o patrimônio líquido estão acima de 25%, possibilitando a distribuição de mais de 60% do lucro líquido ao mercado.
“O investidor deve receber 6,1% em dividendos ao longo dos próximos doze meses, bem acima dos 2,7% da média das ações brasileiras. Num eventual tombo do mercado, a queda dos papéis acompanharia apenas 50% do movimento”, conclui Conde.
Telefônica Brasil (VIVT4)
Neste caso, trata-se de uma companhia “muito rentável e com dívida baixa”. Análise sugere que, como boa parte dos investimentos já foi feita na rede, a companhia é capaz de distribuir quase a totalidade do lucro líquido anual.
“O retorno sobre dividendos é estimado em 7,8% nos próximos doze meses. A receita da Telefônica Brasil tende a seguir seu curso natural, seja qual for o próximo presidente. U eventual aumento dos juros pode até favorecer os resultados da companhia, devido ao caixa de 5,5 bilhões de reais”, diz Conde.
AES Tietê (GETI4)
A AES Tietê possui uma concessão de 30 anos e quase a totalidade de sua energia assegurada está num contrato bilateral de compra e venda de energia elétrica com a AES Eletropaulo, válido até 2015.
“Esse contrato garante uma alta previsibilidade da receita e lucros permitindo pagamentos constantes de dividendos”, explica Conde. A companhia paga dividendos em torno de 10% do valor de mercado.
“O principal risco é a estrutura do setor elétrico que pode levar a uma repentina queda das suas ações, em função de surpresas desagradáveis como falta de chuva”, finaliza.