Loja da Casas Bahia em São Paulo: ação da Via Varejo tem boas perspectivas (Germano Luders/Exame)
Anderson Figo
Publicado em 30 de abril de 2016 às 07h00.
São Paulo - Duas ações fora do radar do mercado chamam atenção do banco Credit Suisse. Com ganho de 87,5% em 2016, contra alta de pouco mais de 24,4% do Ibovespa, a Via Varejo (VVAR11) é uma delas.
A companhia, braço do Grupo Pão de Açúcar que reúne as operações de Ponto Frio e Casas Bahia, é exposta ao cenário macroeconômico bastante desafiador do Brasil, mas tem sido ágil em adaptar sua estrutura de custos e despesas ao novo cenário, de acordo com banco.
O analista Tobias Stingelin citou a estratégia comercial mais agressiva da companhia como ponto positivo, assim como seu caixa.
"Em um momento em que seus principais competidores estão tendo que lidar com inadimplência elevada, a companhia permanece sentada em uma pilha de dinheiro que nós esperamos que venha a se traduzir em vantagem competitiva no futuro", disse.
Após um encontro com executivos da companhia, o analista do Credit Suisse afirmou que a empresa está bem posicionada para ser uma das primeiras a se beneficiar de uma melhora no ambiente macroeconômico, quando isso acontecer.
Segundo ele, o diretor executivo Peter Estermann, o diretor financeiro Felipe Negrão e o diretor de relações com investidores Bruno Vieira detalharam as recentes iniciativas da Via Varejo e sua estratégia para atravessar o ambiente de juro alto e pressão inflacionária.
"Não é preciso dizer que o cenário continua desafiador para 2016. A administração da empresa não divulga 'guidance', mas projetamos que a receita vai cair 7% na comparação com 2015, por isso entendemos que há espaço para ganho de 'market share'", afirmou.
Sobre a ação da companhia, a expressiva valorização em 2016 foi possível, entre outras coisas, porque ela estava depreciada. "O papel não está uma barganha como costumava estar há algumas semanas, mas contiua barato."
A recomendação do banco para a Via Varejo é de outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 8 em 12 meses, o que configura um potencial de valorização de 30,5% em relação ao valor de fechamento na sexta-feira (29).
Software favorável
A empresa de soluções em software de gestão Linx (LINX3) é outra que também chama atenção do Credit Suisse. O desempenho do papel no ano, de 7,15%, ainda é inferior ao do Ibovespa, mas as perspectivas para a companhia são favoráveis.
O analista Daniel Federle ressaltou que a companhia não está imune à desaceleração econômica, mas tem sido bem menos afetada do que seus concorrentes.
"Nós acreditamos que a Linx é uma opção relativamente segura no atual cenário de turbulência. Entretanto, sua resiliência tem efeito para o bem e para o mal. No caso de uma mudança no quadro político mais pró-mercado, ela demoraria mais tempo para ser impactada", disse.
A recomendação do banco para a companhia também é de outperform, com preço-alvo de R$ 52 em 12 meses, o que configura um potencial de valorização de 9,94% em relação ao preço de fechamento de sexta-feira.