Comissão do impeachment: deputados aprovaram relatório de Jovair Arantes, que pede afastamento da presidente Dilma Rousseff. (Ueslei Marcelino / Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2016 às 07h51.
Confira as principais novidades do mercado desta terça-feira (12):
Comissão aprova parecer de impeachment
Por 38 votos favoráveis e 27 contra, a Comissão Especial de Impeachment aprovou o relatório que pede o afastamento da presidente Dilma Rousseff. A expectativa é de que o texto comece a ser discutido no Plenário da Câmara na próxima sexta-feira. A votação deve terminar só no domingo.
Formada por 65 parlamentares, a comissão foi instaurada no último dia 17 de março. No total, foram 10 sessões até a apresentação da defesa da presidente Dilma pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, no último dia 4 de abril, que recheou mais de 200 páginas e quase duas horas de exposição de argumentos contrários ao processo.
Wagner prevê que haverá 213 votos Câmara contra impeachment
Para o ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner, o resultado da votação na comissão especial do impeachment indica que o Planalto pode conseguir 213 votos no plenário da Câmara dos Deputados e, com isso, acabar com o processo.
Mas defendeu que o governo, nesse caso, calce as "sandálias da humildade": ele pediu serenidade e bom senso para que essa agenda não continue "atrapalhando o Brasil".
Wagner conversou com jornalistas após a comissão do impeachment aprovar, por 38 votos a 27, o relatório favorável ao afastamento de Dilma do cargo.
Michel Temer articula encontro com Armínio Fraga
O vice-presidente Michel Temer está articulando uma reunião com o economista Armínio Fraga, que é seu nome preferido para assumir o Ministério da Fazenda em um eventual governo, segundo a Folha de S.Paulo.
Temer também tem dito que vê com bons olhos entregar o Ministério da Saúde ao tucano José Serra, que já ocupou o cargo durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso.
As apostas do mercado, com ou sem impeachment
O mercado brasileiro prossegue em sua escalada positiva, com queda do dólar e dos juros futuros e alta da bolsa. O investidor opera com um olho na votação de hoje do relatório do impeachment e outro nas expectativas para a votação em plenário, no próximo domingo.
O impeachment é aguardado por alguns analistas com uma avaliação binária, de tudo ou nada: se for aprovado, o rali dos ativos brasileiros se acelera diante do otimismo com o surgimento de um novo governo capaz de implementar reformas que tirem o País da rota da crise.
O dólar poderia cair para até R$ 3,00. Se Dilma sobreviver, o mercado faz meia-volta no otimismo. Embora o viés positivo predomine, não há unanimidade nas análises.
Governo quer anunciar medidas de impulso à economia
O governo está mobilizando ministérios para desengavetar todas as medias que possam criar um cenário positivo antes da votação do impeachment de Dilma na Câmara, segundo o Estado de S. Paulo.
Segundo o jornal, na área econômica, estão planejados aumento de gastos, abertura para mais investimentos, duas linhas de crédito para micro e pequenas empresas, entre outros.
Para Moody's, renegociação de dívidas mascara crise
Segundo a agência de classificação de risco Moody's, o crescimento das renegociações de dívidas na verdade "mascara" o tamanho da crise no Brasil.
De acordo com o Valor Econômico, se os créditos reestruturados (em que o tomador estava inadimplente antes de renegociar) fossem incluídos no índice dos bancos, o indicador de inadimplência subiria 1,8 ponto percentual.
TST julga causa que pode custar R$ 11,5 bi à Petrobras
O Tribunal Superior do Trabalho julga hoje uma ação trabalhista contra a Petrobras, sobre pagamento de adicional de periculosidade e insalubridade para funcionários que trabalham em área de risco.
Segundo a Folha de S.Paulo, uma derrota pode custar R$ 11,5 bilhões à estatal, pelas estimativas da empresa, e até R$ 20 bilhões, de acordo com cálculos dos funcionários.
BNDES trava R$ 22 bi em crédito para infraestrutura
O BNDES travou desembolsos de R$ 22 bilhões que seriam destinados a projetos de infraestrutura, em grande parte porque os beneficiados seriam empresas envolvidas na operação Lava Jato, segundo O Estado de S. Paulo.
Os desembolsos foram aprovados há três anos, mas, para fugir do risco das operações, o BNDES está aumentando a burocracia para efetuar os saques.
Petrobras faz maior exportação de diesel em anos, diz fonte
A Petrobras exportou em março uma carga de 50 milhões de litros de diesel para a Argentina, a primeira grande exportação do combustível neste ano, uma forma de a empresa lidar com a fraqueza do mercado interno, afirmou fonte da empresa à Reuters.
Apenas essa carga exportada representaria o maior volume mensal de diesel vendido pelo país ao mercado externo desde março de 2014, quando o Brasil exportou 59,9 milhões de litros, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
BlackRock se soma à onda de venda de US$ 46 bi em ações
Desde os primeiros dias de 2016, os traders estrangeiros retiraram capital da bolsa de valores de Tóquio durante 13 semanas seguidas, sequência mais longa desde 1998.
Os investidores internacionais venderam US$ 46 bilhões em ações diante da piora dos dados econômicos, dos resultados adversos do pacote de estímulos introduzido pelo Banco do Japão e da pressão às exportações causada pela alta do iene.
A perda de confiança dos estrangeiros seria um duro golpe para o primeiro-ministro japonês. “O Japão está de volta” e “Compre o Abenomics!”, proclamou Shinzo Abe durante visita à Bolsa de Valores de Nova York, em setembro de 2013, quando as ações caminhavam para a maior alta em oito anos.
Agora, cerca de metade desses ganhos foi eliminada e a BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo, é uma das empresas que estão fechando posições otimistas em relação às ações japonesas.