Christian Bale interpreta Michael Burry em "A Grande Aposta" (Divulgação/Facebook/Divulgação)
Guilherme Guilherme
Publicado em 18 de maio de 2021 às 08h10.
Última atualização em 18 de maio de 2021 às 12h24.
Interpretado por Christian Bale no filme "A Grande Aposta", o gestor da Scion Asset Management Michael Burry revelou em documentos entregues à SEC (espécie de CVM americana) nesta segunda-feira, 17, que encerrou o primeiro trimestre com uma posição vendida de 534 milhões de dólares em ações da Tesla.
A operação visa a obtenção de lucro com a queda do preço das ações. Ou seja, é feita quando o investidor acredita que os valores pelos quais o ativo está sendo negociado no mercado é muito além do considerado justo - e que em breve deve passar por uma forte desvalorização.
Embora não existam evidências de quando a posição vendida foi montada ou se ele já não desfez, a probabilidade de Burry ter obtido lucro com a operação é grande. Isso porque as ações da Tesla vêm atravessando um mau momento desde o início do ano, quando chegaram a ser negociadas em sua máxima histórica de 900 dólares.
Em 2021, no entanto, o saldo das ações da Tesla está negativo em 18,25%. Com essa variação, sua posição vendida (que envolve o aluguel e venda dos papéis no início da operação e a recompra e devolução no fim) teria lhe garantido ganhos de cerca de 22,34% - no caso, 120 milhões de dólares. Se a operação tivesse sido feito somente no fim do trimestre, o lucro de Burry estaria hoje em 15,72%, ou 84,3 milhões de dólares.
Caso a posição tivesse sido montada quando os papéis bateram 900 dólares e desfeita quando bateram a mínima do segundo trimestre de 560 dólares, o lucro de Burry teria sido de 60,8%, ou 324,6 milhões de dólares. Em teoria, o montante seria o máximo possível de ser obtido com a posição vendida no período.