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Fundos Imobiliários: atratividade não está relacionada somente à Selic, diz especialista

Especialistas da EXAME Research abordaram o crescimento da popularidade dos fundos imobiliários entre os novos investidores da B3

Fundos Imobiliários: taxa de juros ajudou investidores a migrarem para renda variável, mas não é a única responsável pelo movimento (nattanan23/Pixabay/Reprodução)

Fundos Imobiliários: taxa de juros ajudou investidores a migrarem para renda variável, mas não é a única responsável pelo movimento (nattanan23/Pixabay/Reprodução)

De acordo com a pesquisa mais recente realizada pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), a quantidade de investidores que possuem aplicações em renda variável cresceu seis vezes no Brasil na última década, passando de 583 mil, em 2011, para 3,1 milhões em outubro de 2020. Com o aumento do número de investidores em renda variável, cresceram também os investidores que possuem Fundos Imobiliários (FIIs) em suas carteiras. O número de pessoas com posição em custódia em FIIs saiu de 645 mil em dezembro de 2019 para 1,1 milhão em novembro de 2020.

As ações são os produtos mais conhecidos pelos "novos investidores". Depois delas, vêm a Poupança, o Tesouro Direto e os Fundos Imobiliários. Os FIIs são os produtos que os investidores mais pretendem investir no futuro, tratando-se de renda variável, segundo a pesquisa. Os demais aumentam de forma mais vagarosa, com exceção da poupança, que tem caído no sentido de interesse de investimento.

O especialista em FIIs da EXAME Research, Arthur Vieira, afirmou que é interessante notar que, do ponto de vista histórico, as ações e a caderneta de poupança existem no Brasil há bem mais de 100 anos, enquanto fundos imobiliários foram criados em 1993. "Toda a imprensa fala diariamente sobre o mercado de ações, enquanto os FIIs ainda são assunto apenas na imprensa especializada. Portanto é natural que ações e a caderneta de poupança sejam mais conhecidos e, ao mesmo tempo, é louvável que os FIIs já figurem na terceira ou quarta posição, junto com o Tesouro Direto", pontuou Vieira.

O top 5 de FIIs mais negociados em 2020 foi:

  • XPLG11 - fundo imobiliário do tipo tijolo, voltado a investimentos no segmento de galpões;
  • HGLG11 - também do tipo tijolo, este fundo investe seus recursos em empreendimentos de galpões logísticos;
  • XPML11 - FII de tijolo que possui foco em investimentos em propriedades de shoppings;
  • MXRF11 - FII do tipo papel com investimentos destinados a títulos e valores mobiliários;
  • HGRU11 - FII de tijolo com investimentos destinados a aplicações em empreendimentos imobiliários urbanos comerciais.

Fundos imobiliários são investimentos de renda variável, assim como as ações, porém possuem características bem diferentes. Eles costumam ter muito menos oscilação de preços (volatilidade) do que as ações, o que agrada os investidores com perfil moderado. Segundo o especialista em FIIs da EXAME research, de modo geral, o que levou investidores para a renda variável (ações e FIIs) nos últimos três anos foi o movimento macroeconômico de queda da taxa de juros, que chegou ao menor patamar histórico no ano passado. "Com juros em patamares tão baixos, as aplicações conservadoras rendem muito pouco e as pessoas precisam começar a investir uma parte do patrimônio em ativos de renda variável", afirmou o especialista.

Para o head de  Fundos Imobiliários da EXAME Research, Danilo Barbosa, o grande amadurecimento do mercado nos últimos dois anos e o aumento de eficiência no mercado de FIIs fizeram com que os investidores tivessem mais confiança neste tipo de investimento.

"Hoje temos uma maior participação de FIIs multi ativos e multi inquilinos com gestão ativa e antigamente havia muitos fundos mono ativos, que traziam maior risco ao fundo. Então essa questão da mudança da tipologia dos fundos é um dos fatores, já que se você tem um fundo multi ativos você diversifca o seu risco", afirmou Barbosa.

Além disso, o especialista destacou a queda da taxa de juros (selic) e a melhoria nos relatórios por parte dos gestores. "A gestão dos fundos também está vez mais transparente. Há também a questão do rebalanceamento do IFIX (saída de fundos mono ativos ou mono inquilinos e entrada de fundos multi) e mudança na tipologia da gestão dos FIIs, passando de maior parte de gestão ativa e não passiva", destacou o especialista.

Fundos Imobiliários e a mudança no perfil dos investidores

De 2019 para 2020, a B3 destacou que houve um "amadurecimento" significativo dos novos investidores. Isso porque, segundo a empresa, as pessoas estão buscando cada vez mais informações e aprendizado, o que faz com que elas diversifiquem mais o patrimônio, tenham maior apetite ao risco e, principalmente, pensem em estratégias a longo prazo.

Uma das principais mudanças responsáveis pela entrada de novos investidores na bolsa foi o avanço da tecnologia nos últimos anos, que permitiu a criação de novos aplicativos e ferramentas que ajudaram o desenvolvimento do mercado financeiro. Além disso, ela contribuiu para o maior acesso à informação.

Apesar do acesso à informação ter sido facilitado nos últimos anos, com o avanço da tecnologia, é importante destacar que o investidor deve sempre buscar informações e esclarecimentos em fontes oficiais e discutir sobre o melhor alinhamento entre seus objetivos nos investimentos com os profissionais de mercado.

De acordo com especialistas da EXAME Research, os fundos imobiliários são uma ótima alternativa para quem está começando a investir. Isso porque eles distribuem rendimentos mensalmente, o que é muito interessante para investidores de todos os perfis, já que você consegue ter uma renda mensal com um ativo de renda variável que pode ter valorização também no preço da cota.

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