Ao longo dos anos, a poupança passou por várias mudanças em suas regras de rendimento (Jirayu Siritorn/EyeEm/Getty Images)
Publicado em 1 de outubro de 2024 às 17h51.
Investir na poupança é uma das formas mais tradicionais e acessíveis de aplicar dinheiro no Brasil. Mas será que vale a pena alocar uma quantia elevada, como R$ 40 milhões, nessa modalidade de investimento, especialmente com a taxa Selic a 10,75%? Vamos entender melhor o rendimento da poupança e se é uma boa opção para grandes fortunas.
Quando a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano, como é o caso atual, a poupança rende 0,5% ao mês, mais a variação da Taxa Referencial (TR). No cenário atual, a TR está zerada, o que significa que o rendimento mensal da poupança é basicamente 0,5%.
Assim, para calcular quanto renderiam R$ 40 milhões aplicados na poupança, basta aplicar essa taxa de rendimento.
Ou seja, com R$ 40 milhões investidos na poupança, você teria um rendimento mensal de R$ 200.000.
Apesar de ser um valor significativo, existem outras opções de investimentos que podem oferecer uma rentabilidade superior à da poupança, mesmo considerando o benefício da isenção de Imposto de Renda da poupança. Vamos comparar com outras alternativas:
A caderneta de poupança foi instituída em 1861 por decreto do imperador Dom Pedro II, durante o Império do Brasil. A ideia era incentivar a população a poupar dinheiro de maneira segura, garantindo uma pequena rentabilidade sobre o valor depositado. Para isso, foi criada a Caixa Econômica, com o objetivo de atender à demanda por uma forma acessível de investimento para a classe trabalhadora.
Nos seus primeiros anos, a poupança visava principalmente proporcionar segurança financeira para famílias de baixa renda, que não tinham acesso a outras formas de investimento. A ideia era que essas pessoas pudessem guardar pequenas quantias de dinheiro e, com o tempo, ver esse montante crescer devido aos juros pagos sobre os depósitos.
Ao longo dos anos, a poupança passou por várias mudanças em suas regras de rendimento. Historicamente, o rendimento da poupança era composto por uma taxa de juros fixa de 0,5% ao mês, acrescida da variação da Taxa Referencial (TR). Contudo, essa fórmula sofreu modificações em 2012, durante o governo de Dilma Rousseff.
Com o objetivo de manter a atratividade da poupança em um cenário de queda da taxa Selic, foi criada uma nova regra de rendimento: quando a Selic é igual ou menor que 8,5% ao ano, o rendimento da poupança passa a ser de 70% da Selic mais a TR. Já quando a Selic é superior a esse patamar, o rendimento volta a ser de 0,5% ao mês mais a TR.
Essa alteração foi necessária porque, com a Selic em queda, os rendimentos da poupança estavam se tornando mais elevados que outras formas de investimento de renda fixa, prejudicando o financiamento imobiliário e o mercado financeiro.