Indicado para investidores experientes, o mercado futuro apresenta riscos significativos de perda de capital ( Jackyenjoyphotography/Getty Images)
Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 16h12.
O mercado futuro é uma modalidade de investimento que permite negociar contratos com preços definidos para vencimento em datas futuras.
Sua origem começou pela operação entre produtores e compradores de commodities, como café, milho, soja e boi gordo. Atualmente, a bolsa de valores brasileira, a B3, já negocia outros derivativos, como moedas estrangeiras, índices, ações e taxas de juros.
Apesar deste investimento oferecer oportunidades de ganhos elevados, também apresenta riscos significativos, como perdas superiores ao valor investido inicialmente. Entender como funciona e quais são os riscos desse mercado é essencial para quem deseja explorar essa estratégia de investimento.
O investimento funciona com base na negociação de contratos que representam ativos como dólar, índices de ações e commodities. Estes têm preços pré-determinados e vencimentos fixos, como dias ou meses específicos. No momento da compra ou venda, o investidor aposta na valorização ou desvalorização do ativo até o vencimento.
As operações no mercado futuro utilizam o conceito de ajuste diário, em que lucros ou prejuízos são calculados e creditados ou debitados diariamente, com base na oscilação do preço do contrato.
Por isso, é necessário que o investidor tenha uma margem de garantia – um valor depositado na corretora que serve como segurança para as operações. Essa dinâmica exige acompanhamento constante do mercado e agilidade nas decisões.
Existem dois principais tipos de contrato no mercado futuro: contratos cheios e minicontratos. O primeiro é voltado para investidores com maior capital, pois tem valores nominais elevados. Um exemplo é o contrato futuro de dólar cheio, que representa US$ 50 mil e exige margens de garantia mais altas.
Já os minicontratos são versões reduzidas, criadas para atrair investidores individuais. Por exemplo, o minicontrato de índice Bovespa representa 20% do valor de um contrato cheio. Eles permitem operar com menor aporte inicial e são amplamente utilizados para aprendizado ou por quem tem menos recursos.
No mercado futuro, a cotação dos derivativos, como contratos de dólar, índices de ações ou commodities, é determinada pelo preço do ativo subjacente e pelas expectativas dos participantes em relação ao seu comportamento futuro. Esses preços são definidos em pregão na bolsa de valores, considerando fatores como oferta e demanda, cenários macroeconômicos e eventos globais.
Por exemplo, no caso do contrato futuro de dólar, a cotação reflete a expectativa do mercado sobre a variação cambial até a data de vencimento do contrato. Da mesma forma, no contrato futuro de índice Bovespa, a cotação está atrelada à projeção de desempenho das ações que compõem o índice.
Outro fator relevante para a cotação dos derivativos é a aplicação de ajustes diários, que atualizam o valor do contrato com base na oscilação de preços. Isso torna o mercado futuro altamente dinâmico, exigindo que os investidores monitorem constantemente as variações para evitar surpresas no saldo da margem de garantia.
Para operar neste mercado, o primeiro passo é conhecer seu perfil de investidor. Essa modalidade é mais adequada para quem tem alta tolerância ao risco e conhecimento sobre o mercado financeiro.
Em seguida, escolha uma corretora que ofereça acesso ao mercado futuro e analise os custos operacionais, como taxas de corretagem e emolumentos da bolsa. Outro ponto importante é definir estratégias claras antes de operar, incluindo metas de lucro e limites de perda. O uso de ferramentas como ordens de “stop loss” pode ajudar a limitar prejuízos. Além disso, comece com minicontratos para reduzir a exposição financeira enquanto aprende sobre a dinâmica do mercado.
O principal risco do mercado futuro é o uso de alavancagem, que permite movimentar valores muito maiores do que o capital disponível.
Embora amplifique os ganhos potenciais, ela também pode gerar perdas expressivas, até mesmo superiores ao valor depositado como margem de garantia. Outro risco é a alta volatilidade dos ativos negociados, como dólar e commodities, que podem oscilar rapidamente em resposta a eventos globais.
Além disso, o ajuste diário pode comprometer o capital do investidor, exigindo aportes adicionais para manter a operação aberta. Por isso, é essencial estar atento às oscilações e ter um planejamento rigoroso.
Compreender os riscos do mercado futuro é crucial para evitar prejuízos inesperados e proteger seu patrimônio. Esse mercado é indicado apenas para investidores experientes e bem informados, que consigam monitorar os movimentos do mercado em tempo real. Conhecer os contratos, estratégias e riscos envolvidos pode fazer toda a diferença no sucesso das operações.