Fundos long biased combinam posições compradas e vendidas, buscando proteção e maior potencial de retorno no mercado acionário. ( Jackyenjoyphotography/Getty Images)
Publicado em 15 de abril de 2025 às 17h47.
Fundos de investimento do tipo long biased adotam uma estratégia híbrida entre posições compradas, que apostam na valorização de ativos, e posições vendidas, que lucram com a queda dos preços.
Sua principal característica é manter uma exposição líquida positiva ao mercado de ações, mesmo que possam usar operações de proteção — chamadas de "hedge" — para reduzir perdas em momentos de queda.
Na prática, os fundos long biased buscam superar a rentabilidade do índice de referência, como o Ibovespa, aproveitando diferentes cenários econômicos. Eles são geridos de forma ativa, com liberdade para aumentar ou diminuir a exposição em renda variável de acordo com a avaliação de riscos e oportunidades feita pelo gestor.
Entenda mais sobre o assunto no texto abaixo.
Para entender o long biased é preciso compreender suas peculiaridades e a diferença para os demais. A principal discrepância entre um fundo long biased e um fundo short está na direção da aposta predominante.
Enquanto o long biased se mantém majoritariamente comprado, ainda que com proteções parciais, o fundo short aposta majoritariamente na queda dos ativos.Ou seja, no short, a expectativa principal é de que o mercado ou determinados ativos irão se desvalorizar, enquanto o long biased ainda busca crescimento, mas com estratégias que permitem enfrentar momentos adversos.
Essa flexibilidade do long biased é o que torna a estratégia interessante para cenários de volatilidade.Os fundos long biased ganharam espaço entre investidores pela capacidade de adaptação a diferentes cenários econômicos. Seu principal diferencial é a flexibilidade para operar tanto na alta quanto na queda de preços de ativos, sem perder o foco no crescimento do capital investido.
A primeira vantagem é a possibilidade de reduzir perdas em momentos de queda da bolsa, já que parte da carteira pode estar protegida com operações de venda. Essa proteção parcial, chamada de hedge, permite que o fundo sofra menos em crises ou movimentos de correção.
Outra vantagem importante é a liberdade que o gestor tem para alterar a exposição da carteira conforme o cenário econômico. Em momentos de otimismo, a alocação em ações pode ser elevada; em momentos de incerteza, o gestor pode reduzir o risco, proteger parte da carteira ou até buscar ganhos com a queda de determinados ativos.
Diferente dos fundos tradicionais de ações, que precisam manter pelo menos 67% do patrimônio em renda variável, os long biased têm uma gestão mais dinâmica. Eles podem investir parte relevante em renda fixa, derivativos ou moedas, compondo uma carteira mais balanceada em busca de maior retorno ajustado ao risco.
Além disso, a busca por retorno não está restrita apenas à alta dos mercados. Se o gestor identificar ativos sobrevalorizados, pode montar posições vendidas e lucrar com a desvalorização, algo impossível em fundos long only.
Outro ponto favorável é que esses fundos costumam atrair gestores experientes, já que a estratégia exige análise sofisticada de mercado, gestão de risco e timing de operação. Isso aumenta as chances de o fundo entregar resultados consistentes no médio e longo prazo, embora não haja garantia de retorno.
Para investidores que buscam performance superior à do mercado, mas sem a volatilidade extrema de fundos 100% expostos a ações, o fundo long biased é uma solução intermediária muito atrativa.
Por falar nos fundos long only, é importante entender o que são eles; de modo geral estes são mais tradicionais. Neles, a estratégia é exclusivamente de compra de ativos — como ações —, sem qualquer proteção via venda a descoberto.
Nos long only, o gestor aposta unicamente na valorização dos papéis que compõem a carteira. A gestão é focada em selecionar bons ativos para longo prazo, mas, em momentos de baixa generalizada do mercado, o fundo fica mais exposto a perdas.
Escolher entre um fundo long biased, short ou long only depende do perfil de risco do investidor e de suas expectativas de mercado.
Para quem acredita que o mercado pode enfrentar turbulências, mas ainda busca aproveitar boas oportunidades de crescimento, o long biased é uma escolha equilibrada. Já o short é mais adequado para cenários de forte pessimismo. O long only, por sua vez, se encaixa melhor para quem aposta no crescimento consistente da bolsa a longo prazo.
Antes de investir, é essencial analisar fatores como:
Entender a diferença entre essas estratégias permite ao investidor compor uma carteira mais resiliente, alinhada aos seus objetivos financeiros e ao seu apetite a risco.
O conhecimento sobre fundos long biased pode ajudar a proteger parte do patrimônio sem abrir mão de buscar ganhos relevantes no mercado acionário. Em tempos de instabilidade ou de juros em queda, essa flexibilidade se torna ainda mais valiosa para quem quer diversificar além da renda fixa.