A liquidez é um dos principais conceitos a se considerar ao investir. Ela representa a facilidade e a velocidade com que um ativo pode ser convertido em dinheiro, sem perda significativa de valor.

Em termos práticos, um investimento com alta liquidez permite que o investidor resgate o valor aplicado rapidamente, ideal em situações de emergência ou para objetivos de curto prazo. Já aplicações com baixa liquidez podem exigir mais tempo para serem convertidas em recursos disponíveis.

Entenda melhor sobre esse indicador e veja como ele afeta seus investimentos.

Tipos de liquidez

Existem basicamente três formas de se falar em liquidez:  liquidez imediata, diária e restrita. A primeira ocorre quando o ativo pode ser resgatado a qualquer momento, como acontece com o dinheiro em conta corrente.

Já a liquidez diária é comum em investimentos como o Tesouro Selic, onde os recursos podem ser resgatados em um dia útil. A restrita ou programada, por sua vez, é característica de ativos que só podem ser resgatados após um prazo específico, como CDBs com vencimento ou imóveis.

Qual o risco relacionado à liquidez?

O chamado risco de liquidez ocorre quando um investidor precisa vender um ativo, mas não consegue encontrar compradores com rapidez ou só consegue fazê-lo com perdas.

Isso é comum em ativos com baixo volume de negociação, como imóveis ou ações de empresas pequenas. Em situações de crise de mercado, mesmo ativos tradicionalmente líquidos podem enfrentar dificuldades de negociação, o que reforça a importância de sempre manter parte da carteira em ativos de fácil resgate.

Diferença entre liquidez e rentabilidade

Liquidez e rentabilidade são conceitos distintos, mas que precisam caminhar juntos na hora de investir. A rentabilidade refere-se ao retorno financeiro gerado por um investimento ao longo do tempo, enquanto a liquidez se relaciona à agilidade de transformar esse investimento em dinheiro.

Muitas vezes, investimentos com alta rentabilidade apresentam baixa liquidez, como imóveis ou ações de longo prazo. Por outro lado, ativos com alta liquidez, como o Tesouro Selic, tendem a ter rentabilidade mais modesta, mas oferecem mais segurança para resgates emergenciais.

Liquidez dos investimentos: o que você precisa saber?

Os investimentos apresentam diferentes níveis de liquidez, e o investidor deve escolher conforme suas necessidades. O Tesouro Selic, por exemplo, é considerado de altíssima liquidez, com resgate em um dia útil e rentabilidade de aproximadamente 1,14% ao mês, considerando a Selic atual de 14,25% ao ano.

Já CDBs podem ter liquidez diária ou vencimento em prazos definidos, enquanto ações, apesar de negociadas diariamente na bolsa, dependem da demanda do mercado e podem sofrer oscilações de valor até a venda. Veja alguns exemplos:

• Alta liquidez: Conta corrente, Tesouro Selic, fundos de renda fixa com resgate automático;
• Liquidez intermediária: CDBs com liquidez diária, ações de grandes empresas (blue chips), fundos multimercado com prazo de cotização;
• Baixa liquidez: Imóveis, previdência privada com carência, obras de arte, startups.

Para quem busca segurança e flexibilidade, aplicações com maior liquidez são recomendadas. Entre elas estão:

• Tesouro Selic: Seguro, com liquidez diária e indicado para reserva de emergência;
• CDB com liquidez diária: Pode oferecer rentabilidade superior à poupança e facilidade de resgate;
• Fundos DI: Investem em títulos públicos e têm boa liquidez, embora alguns exijam prazos de cotização e liquidação;
• Contas remuneradas de bancos digitais: Pagam rendimentos automáticos com liquidez imediata, geralmente atreladas a 100% do CDI.

Essas opções são ideais para quem precisa ter parte do capital acessível sem abrir mão de algum retorno financeiro. Vale lembrar, porém, que há desconto de Imposto de Renda em algumas aplicações.

Por que você deve saber disso?

Compreender o conceito de liquidez ajuda a tomar decisões mais acertadas e evitar imprevistos financeiros. Ter parte dos investimentos em ativos líquidos permite lidar com emergências sem prejuízos, enquanto destinar recursos de longo prazo para ativos menos líquidos pode aumentar o retorno da carteira.

Ao equilibrar liquidez e rentabilidade, o investidor monta uma estratégia mais eficiente e preparada para diferentes cenários econômicos.