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Redação Exame
Publicado em 11 de abril de 2023 às 15h00.
Última atualização em 11 de abril de 2023 às 15h04.
Você já deve ter ouvido falar de dividendos, ainda mais se já está acostumado a investir em ações. Contudo, uma dúvida bastante comum está relacionada ao acompanhamento desses recebimentos e como isso pode ser encaixado no seu planejamento financeiro.
O recebimento de dividendos é uma forma de remuneração para os acionistas de empresas, e pode ser uma fonte de renda passiva para investidores de longo prazo. Em outras palavras, ao comprar uma ação, o investidor se torna sócio daquela companhia e tem direito ao recebimento dos lucros que a mesma obtém.
Essa distribuição pode acontecer pelo pagamento desses proventos, que são feitos de forma periódica, sendo assim, é importante entender como acompanhar o recebimento de dividendos.
Os dividendos representam uma forma de remuneração para os acionistas, que detêm uma participação societária na empresa, e consistem em uma fração do lucro distribuído pela companhia.
Em geral, as empresas distribuem pelo menos 25% do lucro líquido ajustado aos acionistas, embora este percentual não seja legalmente exigido e possa ser definido pela empresa em seu estatuto social, podendo ser maior ou menor que esse patamar padrão.
No caso dos fundos imobiliários (FIIs), o investidor se torna cotista do fundo e adquire uma cota proporcional ao seu investimento. Os dividendos geram renda passiva ao investidor, e muitos preferem ações boas pagadoras de proventos.
Não é obrigatório que todas as empresas distribuam dividendos, sendo possível que elas decidam reinvestir seus lucros em melhorias internas ou mesmo registrar prejuízo em vez de lucro.
“Mas afinal, como saber como andam meus dividendos?” é uma dúvida comum dos investidores, especialmente os que estão começando.
Para saber mais sobre os dividendos de uma empresa, é fundamental acompanhar dividendos dos investimentos e saber quanto as ações estão pagando de proventos.
Existem várias formas importantes de acompanhar os dividendos dos investimentos. Veja abaixo.
Para monitorar dividendos em uma carteira de ações diversificada, é fundamental que o investidor mantenha-se atualizado sobre o desempenho da empresa, uma vez que a distribuição dos proventos é baseada nos lucros e projetos da companhia.
Tal acompanhamento pode ser realizado por meio da análise de relatórios produzidos por corretoras e casas de análises.
Além disso, é recomendável estudar as demonstrações financeiras da empresa, como fluxo de caixa e DRE, uma vez que estas fornecem informações relevantes acerca dos lucros e da distribuição de dividendos da companhia.
É de suma importância destacar que práticas de governança corporativa que esclareçam as regras e critérios adotados para distribuição de lucros são altamente recomendáveis no ambiente da bolsa de valores.
Algumas políticas podem ser intrincadas e condicionar o pagamento de dividendos e juros sob capital próprio à dívida da companhia ou a outros fatores.
Consequentemente, a distribuição de dividendos nem sempre indica uma situação favorável para a empresa em questão, visto que esta pode estar em um período de expansão e optar por reinvestir seus lucros para crescer ainda mais.
É imprescindível considerar o valor despendido na aquisição da ação e o potencial de retorno por meio de dividendos.
O cálculo do indicador de retorno conhecido como dividend yield é uma forma de avaliar a viabilidade do investimento.
O monitoramento regular da carteira de investimentos e do dividend yield capacita o investidor a buscar ações mais acessíveis e que pagam dividendos mais elevados, realizando substituições quando apropriado e maximizando o rendimento do capital investido.
No entanto, ponderar apenas a distribuição de dividendos pode ser arriscado, uma vez que a empresa pode estar desvalorizada devido a problemas de gestão, por exemplo.
Para uma análise criteriosa da saúde financeira de uma empresa, é crucial que o investidor leve em consideração diversos indicadores e perspectivas, e não se atenha a um único indicador para formar e monitorar sua carteira.
É necessário prestar atenção à viabilidade do pagamento dos dividendos no longo prazo e avaliar diversos aspectos da empresa, como geração de lucro líquido, receita, endividamento e participação de mercado.
Somente assim é possível ter uma visão mais completa e precisa da situação financeira da companhia.
No que diz respeito aos aspectos operacionais, o monitoramento da carteira de dividendos é relativamente fácil, uma vez que cada empresa distribui esses proventos em intervalos definidos. Portanto, algumas empresas distribuem dividendos trimestralmente, semestralmente, bimestralmente, entre outros. Algumas exceções incluem empresas que pagam dividendos mensalmente, por exemplo. É crucial obter informações especializadas sobre cada empresa e suas perspectivas.
Dividendos e JCP (Juros sobre Capital Próprio) são duas formas distintas de remuneração aos acionistas de uma empresa.
Os dividendos são parcelas do lucro distribuídas aos acionistas na proporção das ações que possuem, enquanto os JCP são remunerações financeiras calculadas com base na taxa Selic e também distribuídas aos acionistas na proporção das ações que possuem.
A principal diferença entre eles é que os dividendos são isentos de Imposto de Renda para pessoa física, enquanto os JCP têm uma alíquota de 15%.
Além disso, as empresas podem optar por distribuir JCP em vez de dividendos, o que pode ser uma estratégia de planejamento tributário.
Para fins de imposto de renda, é preciso ter informações da fonte pagadora, e a fonte pagadora é sempre a companhia que está distribuindo os dividendos.
Há uma diferença importante quanto a forma de distribuição, dado que existem formas diferentes de distribuição de proventos, e isso pode afetar inclusive o preenchimento do imposto de renda.
Sobre o valor a ser distribuído, essa informação é dada pela companhia no ambiente de relacionamento com o investidor. Em um primeiro momento ela revela o montante que será distribuído e posteriormente o valor por cota.
Além disso, existe um período em que a ação deve estar em carteira, para que esse investidor tenha direito ao pagamento de dividendos, são a data-com, e a data-ex. Por isso, o investidor deve estar atento ao dia em que adquiriu as ações, pois ações adquiridas a partir da data-ex só dão direito a recebimentos na próxima distribuição.
Dividendos são a parcela do lucro distribuída por uma empresa aos seus acionistas. No entanto, esses valores podem variar amplamente, já que as ações são negociadas em bolsa e um indivíduo que é acionista hoje pode não sê-lo amanhã.
Portanto, é fundamental que a empresa estabeleça uma data limite até a qual um acionista deve deter ações para ter direito a um dividendo anunciado.
Até essa data, os titulares das ações são elegíveis para receber o dividendo, em uma prática conhecida como data com.
Depois disso, entra em vigor a data ex, na qual os investidores que adquirirem as ações não têm mais direito aos dividendos declarados.
As ações são então negociadas "ex-dividendos", e o preço reflete a ausência do pagamento do dividendo. Na abertura do pregão no primeiro dia após a "data ex", ocorre um desconto na cotação da ação equivalente ao valor do dividendo que foi subtraído.
Esse processo é repetido no ciclo seguinte, e aqueles que investem nos diversos tipos de ações podem receber os dividendos referentes ao próximo exercício social, desde que mantenham a posse das ações até a próxima "data com".
Os dividendos são uma das principais motivações na hora de se investir, sendo uma forma importante de se recuperar o valor investido nas companhias. Nesse sentido, acompanhar sua distribuição é importante para que se tenha um planejamento financeiro, voltado para reinvestir esses mesmos dividendos e gerar renda passiva.
Há diversas aplicações interessantes para se reinvestir os dividendos, desde a própria companhia, até mesmo aplicações mais seguras, como CDB e títulos públicos. Por isso, o ideal é não ceder a vontade de gastar o dinheiro recebido, mas sim aproveitar essa distribuição de lucros para aumentar mais ainda esses ganhos no futuro, utilizando assim o benefício dos juros compostos.
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