A menor taxa de administração, de 0,03%, é cobrada pelo fundo do BTG, o IBOB11, lançado neste ano (Germano Lüders/Exame)
Marília Almeida
Publicado em 28 de julho de 2021 às 14h00.
Última atualização em 28 de julho de 2021 às 14h02.
O crescimento do número de investidores na bolsa de valores refletiu diretamente na indústria de ETFs no Brasil. O número de cotistas dos fundos de índice (ETFs) que seguem o Ibovespa passou de 8.256 em 2017 para 131,1 mil em 2021. As gestoras, atentas a este apetite, passaram a ofertar ETFs indexados ao principal índice da bolsa com taxas de administração mais atrativas. É o que aponta um estudo da Quantum Finance.
Um exemplo é o fundo da Blackrock, o BOVA11. Enquanto em 2017 o fundo de índice cobrada uma taxa de 0,54% ao ano, em 2021 essa taxa reduziu para 0,30%. Fundos mais novos já foram lançados com taxas menores. É o caso do fundo do BB (BBOV11), que cobra taxa de administração de 0,18% ao ano. A menor taxa, de 0,03%, é cobrada pelo fundo do BTG, o IBOB11.
No geral, na indústria, a taxa de administração dos ETFs que seguem o Ibovespa caiu de 0,45, em média, para 0,21% ao ano, em média, nos últimos quatro anos. Hoje, o investidor pode escolher entre oito fundos diferentes.
Veja a evolução da quantidade de ETFs de Ibovespa ofertados e a queda na média das taxas de administração ao longo dos últimos cinco anos:
Cálculo realizado pelo professor da Fipecafi George Sales mostra que, considerando um Fundo ETF que segue o índice Ibovespa, para o período de um ano (de 28/07/2020 até 27/07/2021), um fundo com taxa de administração de 0,45% ao ano daria um retorno de 18,69% no período. Já um fundo com taxa de administração de 0,21% ao ano daria um retorno de 18,97% no ano, uma diferença de 0,24% pontos base em relação ao retorno sem taxa de administração.
Ou seja. caso investisse 100 reais, ganharia 18,69 reais em um e 18,97 em outro. Mas, com a ação dos juros compostos ao longo do tempo do investimento, essa diferença tende a aumentar.
As cotas de ETFs são negociadas na bolsa de forma semelhante às ações. Ao adquirir as cotas, o investidor, indiretamente, passa a deter todos os ativos da carteira teórica do índice, sem ter que comprá-las separadamente no mercado.
O Ibovespa superou a performance de 50% dos 592 fundos de ações existentes de 2016 ao início do ano, segundo levantamento realizado pela EXAME Invest. “Não acho que seja uma alternativa para o investidor não ter ETF na carteira”, afirma Juliana Machado, analista de fundos do BTG Digital.
Segundo a especialista, quem investe em ETF deve buscar equilíbrio entre fundos de investimento ativos e passivos, sempre avaliando o percentual da alocação de acordo com os objetivos pessoais.