Ettore Marchetti, CIO (executivo-chefe de Investimentos) da EQI Asset, no escritório da gestora no Itaim, em São Paulo (Leandro Fonseca/Exame)
Marcelo Sakate
Publicado em 6 de maio de 2021 às 18h27.
Última atualização em 6 de maio de 2021 às 19h07.
Ritmo de crescimento acelerado típico de startup. Assim podem ser descritos os primeiros meses em operação da EQI Asset, a gestora da EQI Investimentos, um dos maiores escritórios de agentes autônomos do país.
Em pouco mais de três meses, a gestora já superou a marca de 500 milhões de reais sob gestão. O plano é alcançar cerca de 10% a 15% dos ativos sob custódia médios (AuC) da EQI Investimentos, afirmou Ettore Marchetti, CIO (executivo-chefe de Investimentos) da EQI Asset, à EXAME Invest.
Diante da previsão da EQI Investimentos de encerrar o ano com 15 bilhões de reais em ativos, isso significaria que a EQI Asset pode chegar a algo entre 1,5 bilhão e 2 bilhões de reais em ativos sob gestão no fim de 2021, afirma Marchetti. A EQI tem captado perto de 1 bilhão de reais por mês.
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A asset é uma das verticais pensadas para gerar mais valor para os clientes da EQI Investimentos, que está em processo junto ao Banco Central para abrir uma corretora nos próximos meses. A corretora será montada em sociedade com o BTG Pactual (BPAC11), que terá 49% de participação, mesma fatia que detém na EQI.
A gestora nasceu no meio do quarto trimestre do ano passado, com o convite para que profissionais experientes do mercado -- com 15 a 20 anos de carreira -- liderassem a operação. Entre eles estão justamente Marchetti e Roberto Chagas, head de Renda Variável. Ambos vieram da Trafalgar Investimentos, que haviam fundado em 2017.
A equipe inicial contava com sete pessoas e triplicou desde então, para 21 no fim de abril. Os primeiros fundos foram lançados na virada do ano, dentro da fase 1 do projeto para colocar a gestora em funcionamento no mercado.
São fundos com os quais Marchetti e Chagas já estavam habituados a montar e a trabalhar em casas anteriores: um Multimercado Global Macro e o Long Bias. Este foi incorporado diretamente da Trafalgar, depois de acordo entre as partes. É um fundo que já conta com 80 milhões de reais sob gestão em três anos de histórico.
Além disso, foram criados um fundo de ações e outros de renda fixa, estes para dar a liquidez aos clientes da EQI.
"A concepção foi para ser uma asset multiproduto. Diferentemente de eu empreender para criar uma gestora, como já fiz e o Roberto também, temos ao lado uma empresa que tem uma captação explosiva. E precisamos fornecer produtos para eles. Não faz sentido contar com apenas uma ou duas estratégias", contou Marchetti.
A EQI contratou no início do ano Bernardo Mota como economista-chefe, que veio da Asset 1 e teve passagem pelo BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME).
A fase 2 começou há cerca de um mês com a contratação de equipes prontas especializadas em determinados produtos. Começa com um time que vai para montar uma área de crédito estruturado, para lançar, por exemplo, fundos de crédito consignado e de CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários).
Está em estudo um fundo de crédito para automóveis. Será lançado também um FoF (fundo de fundos). E posteriormente, ainda sem prazo, produtos na área de fundos imobiliários. E ativos no mercado externo.
Na família de produtos também estão fundos passivos, chamados de Track. O primeiro deles é um fundo de bolsa americana que segue o índice S&P 500, nos Estados Unidos.
O cliente médio da EQI tem um tíquete médio menor para os padrões de mercado -- a aposta é no ganho de escala. São hoje cerca de 40.000 clientes. Mas o plano, diz Marchetti, é ir além dos investidores de varejo da EQI.
"Por ter uma gestão muito competitiva e competente, também vamos captar no institucional. Conversamos com os family offices e os grandes bancos para poder captar na plataforma deles. Como é uma casa nova, há todo o processo de diligência. Mas, como a equipe é conhecida e já entregou resultados, é um processo menos burocrático", conta.