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Entenda por que investimentos em ETFs batem recordes pelo mundo

Fundos de Índices garantiram liquidez na pandemia, oferecem acesso fácil a oportunidades sustentáveis, têm baixo custo e são ideais para plataformas digitais

A demanda crescente de investidores por ativos sustentáveis é um dos fatores de crescimento dos ETFs no Brasil e no mundo | Foto: GettyImages (Thithawat_s/Getty Images)

A demanda crescente de investidores por ativos sustentáveis é um dos fatores de crescimento dos ETFs no Brasil e no mundo | Foto: GettyImages (Thithawat_s/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2022 às 08h08.

Por Karina Saade*

O último ano foi histórico para os ETFs, conhecidos no Brasil como fundos de índices. Só nos Estados Unidos, os investimentos nesses produtos chegaram ao recorde de 933,5 bilhões de dólares, um aumento de 85% sobre 2020, segundo dados da BlackRock. Os fluxos globais também foram recordes.

Três grandes fatores influenciaram o crescimento desse segmento. Primeiro, o desempenho positivo que os ETFs tiveram em 2020. Com a pandemia de Covid-19, a volatilidade dos mercados atingiu níveis inéditos desde 2008. Muitos investidores se voltaram aos ETFs para alocação de capital e mitigação de riscos.

Houve uma procura significativa por ETFs de renda fixa. Eles tornaram-se mais líquidos e se revelaram uma vantagem determinante para gestores “ativos” em busca de maiores retornos. Testados na turbulência, os ETFs passaram na prova.

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Os ETFs são fundos “passivos”, pois têm como meta replicar um índice de referência, que pode ser de ações, commodities e renda fixa, entre outros. São “ativos” os fundos que procuram superar índices de referência.

O segundo “driver” de crescimento é a preocupação crescente com a sustentabilidade e a popularização de investimentos na área. A expansão desse mercado ocorre com o uso de ETFs.

Até pouco tempo atrás, investir em sustentabilidade demandava adesão a fundos custosos ou a montagem de carteiras customizadas. Os ETFs centrados em ESG mudaram essa realidade. O rápido aumento da divulgação de informações sobre o tema pelas empresas permite a multiplicação de índices cada vez mais sustentáveis.

O terceiro fator é a ampliação do uso de ETFs em gestão do patrimônio, atividade que passa por mudança de modelo de negócios. A utilização de plataformas digitais de investimentos aumentou exponencialmente em meio à pandemia. Os ETFs são produtos de baixo custo e convenientes para serviços online.

Tais facilidades difundiram os ETFs entre novos investidores e o público jovem. De acordo com o 2º Relatório Anual de Progresso dos Investidores em iShares da BlackRock, usuários assim dizem se sentir seguros e capacitados pelas plataformas digitais e a conveniência dos ETFs.

Frente à velocidade de adoção, a BlackRock -- maior gestora de ETFs no mundo, com 100 milhões de clientes e 3,17 trilhões de dólares sob gestão em seus ETFs iShares -- acredita que o número de investidores no produto pode dobrar em cinco anos.

No Brasil, a participação desse instrumento nas carteiras ainda é pequena. Há por aqui uma cultura de preferência por gestão ativa. Isso não quer dizer que os dois tipos de fundos são excludentes. Pelo contrário, o ETF é mais uma ferramenta nas mãos do gestor ativo. Um serve como bloco de construção do outro.

Nesse sentido, o interesse aumenta no país. Em janeiro de 2021, os ETFs listados na B3 tinham 269 mil investidores. Em dezembro, o total chegou a 505 mil. Em novembro de 2020, foram introduzidos na bolsa BDRs de ETFs, recibos que representam cotas de fundos geridos no exterior. Já atraíram mais de 5,8 bilhões de reais em investimentos e 12.300 interessados. Estes produtos ainda são uma novidade e não atingiram todo seu potencial.

ETFs e BDRs de ETFs permitem a democratização dos investimentos para que os brasileiros tenham acesso aos mercados internacionais com a construção de portfólios resilientes, diversificados, com liquidez e baixo custo.

*Karina Saade é Head da BlackRock no Brasil.

 

 

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