Open Finance: é a possibilidade de clientes de produtos e serviços financeiros permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central (D3sign/Getty Images)
Nos últimos anos, a área de serviços financeiros sofreu enormes transformações. Em 2020, por exemplo, um meio de pagamento instantâneo (Pix) foi adotado e mudou completamente a forma de pagar e receber no Brasil. Em decorrência disso, as pessoas realizaram transações de forma muito mais rápida e em maior quantidade, alterando profundamente o comportamento de compra no país.
Afinal, quem nunca ouviu um “aceita Pix?" enquanto andava pelo comércio local ou quando precisou receber um pagamento? Esse é o efeito de uma solução que, de fato, beneficia a sociedade. As pessoas aderem e as instituições inovam para entregar os melhores resultados. O maior banco de investimentos da América Latina, BTG Pactual, por exemplo, criou o Seguro Pix Protegido - recurso que protege os clientes da crescente onda de golpes e assaltos.
No entanto, o novo meio de pagamento não foi a única grande novidade comentada no setor ano passado. Ainda em 2021, uma inovação para facilitar a vida dos brasileiros estava sendo implementada. Trata-se do Open Finance, projeto do Banco Central que, assim como o Pix, deve revolucionar todo o sistema financeiro.
Porém, ainda é necessário que os brasileiros abracem por completo a proposta. Segundo uma pesquisa realizada pela Boa Vista, as pessoas conhecem muito pouco sobre o projeto. Do total de consumidores ouvidos, apenas 21% consideram conhecer o tema suficientemente. Quem não conhece pode ficar para trás dos 49% que pretendem aderir ao Open Finance e por um único motivo: falta de informação.
Por isso, segue abaixo a definição e os principais motivos para adotar o Open Finance.
De acordo com o próprio BC, “o Open Finance é a possibilidade de clientes de produtos e serviços financeiros permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central e a movimentação de suas contas bancárias a partir de diferentes plataformas, de forma segura, ágil e conveniente”.
Basicamente, é uma forma de padronizar e regulamentar o compartilhamento de informações do usuário. Com o Open Finance, transfere-se o controle sobre os dados para o cliente, assim, ele pode decidir com quem, por quanto tempo e por quais condições ele quer compartilhá-los.
Isso abre um mar de oportunidades para que as instituições financeiras pensem em novos modelos de negócio e soluções para o usuário. Em países como Reino Unido, Áustria, Estados Unidos e Singapura, o sistema já é adotado e os correntistas já colhem os frutos da inovação. No fim, é um movimento em que todos saem ganhando.
Ao falar dos benefícios do sistema aberto, o ponto-chave é acesso à informação. Através do compartilhamento dos dados financeiros, as organizações receptoras podem realizar inúmeras melhorias e lançamentos que agregam na experiência do consumidor. Esse é o caso do BTG Pactual, que criou uma funcionalidade chamada Finanças+ para melhorar o relacionamento de seus clientes com o dinheiro.
Junto com o Open Finance, é possível acompanhar toda a vida financeira, inclusive as transações em outras instituições. Além disso, a ferramenta permite visualizar as despesas por categorias, estabelecimentos ou até mesmo através de classificações personalizadas. Assim, quem utiliza o aplicativo pode monitorar todos os seus gastos e fluxo de caixa, visualizando quanto está saindo e entrando em cada mês. Resumidamente, é toda a vida financeira em um lugar só.
A partir dessas informações, também é possível solucionar uma grande questão para as instituições: oferta de produtos e serviços personalizados. Geralmente, elas criam áreas especializadas para realizar análises, no entanto, é necessário muita informação. Por isso, através do compartilhamento dos dados tudo fica mais fácil. As empresas conseguem definir as ofertas mais condizentes com o perfil do cliente e ele aproveitá-las.
Desse modo, quem aderir ao Open Finance não aproveitará só as oportunidades e funcionalidades que já existem, mas sim todos os frutos da revolução que está por vir.