Com a popularização e disseminação da educação financeira nas redes sociais, há cada vez mais pessoas interessadas em investir (Getty Images/Getty Images)
Apesar de uma pesquisa realizada pela Leve, fintech de educação financeira, mostrar que mais da metade dos brasileiros não sabe se organizar para realizar metas de longo prazo, muitos são os que sonham em ter uma casa própria, fazer uma viagem, comprar um carro, preparar a aposentadoria ou realizar qualquer outro objetivo que demande planejamento financeiro.
Para metas tão ambiciosas, além de planejamento financeiro, é necessário investimento. No entanto, muitas pessoas ainda têm uma visão de que aplicar dinheiro é um assunto restrito para empresários ou pessoas com muito poder aquisitivo.
Quando questionado sobre essa visão, o especialista em análises técnicas do BTG Pactual, Lucas Claro, é categórico em dizer que isso não é verdade. De acordo com ele, “entender a economia e como ela vai impactar o seu dia a dia é importantíssimo para que possamos evoluir e nos tornarmos mais produtivos e bem-sucedidos”.
Segundo o líder de análise técnica do Maior Banco de Investimentos da América Latina, existem três erros que investidores iniciantes cometem quando estão começando a aplicar dinheiro.
Quando estão com a saúde fragilizada ou com indícios de alguma doença, prontamente as pessoas buscam o auxílio de um médico. Com as finanças não poderia ser diferente. No mundo globalizado, onde uma quantidade imensa de informações é compartilhada e alguns profissionais estudam certos temas com mais afinco, é natural contar com a ajuda de quem se especializa no assunto.
Em finanças, isso serve tanto para otimizar o tempo quanto para tomar decisões mais acertadas. No entanto, é importante procurar por pessoas que, de fato, entendam de investimentos. "Com certa frequência, vemos investidores comprando ações porque um amigo deu uma dica ou está ganhando dinheiro com ela. Essa é uma atitude que normalmente não gera bons resultados”, explica Lucas Claro.
Para o executivo, estudar as empresas, entender a dinâmica de mercado e acompanhar analistas são as principais formas de obter sucesso nos investimentos.
Antes de definir onde o dinheiro será aplicado, é importante que o perfil do investidor esteja muito bem definido, pois é ele que indica os riscos que a pessoa estará disposta a assumir no futuro e o padrão de comportamento em relação às mudanças do mercado.
De forma geral, há três tipos de investidores:
Em complemento ao erro de não procurar ajuda, não estudar os produtos financeiros é outro comportamento comum entre quem está começando no mundo dos investimentos. De acordo com Lucas Claro, não são poucas as pessoas que ainda subestimam a necessidade dos assessores.
“Os produtos financeiros não são bichos de sete cabeças, mas é necessário que o investidor saiba as particularidades de cada um deles, e o assessor existe exatamente para isso”, afirma Lucas.
Como alternativa, ele sugere o canal BTG Trader, onde diariamente são publicados conteúdos sobre o mercado, bolsa de valores e análises ao vivo por profissionais experientes.
Apesar de não existir uma fórmula pronta para investimentos, há alguns cuidados e recomendações que devem ser levadas em consideração. Uma dica valiosa para quem está começando, segundo Lucas Claro, é começar por investimentos de riscos menores e ir alterando ao longo do tempo.
“O mais importante é entender se o investidor potencial já tem sua reserva de emergência formada. Depois disso, começar por ativos de renda fixa, com risco menor, e aos poucos evoluir para ativos de maior risco”, explica o especialista do BTG Pactual.
Ao ser questionado sobre como investiria R$ 20 mil tendo um perfil mais conservador, Lucas diz que aplicaria em renda fixa, com boa parte dos ativos atrelados à inflação, como os do tesouro direto IPCA + e CDB/LCI/LCA.
Além de “ativos com rentabilidade pré-fixada, visto que a expectativa para os próximos anos é que a taxa Selic caia e hoje vemos ativos com aproximadamente 15% ao ano de rendimento”.
Em contrapartida, se tivesse um perfil mais arrojado, o especialista em análises teria 25% em ativos pós-fixados atrelados à Selic, 10% em pós-fixados atrelados à inflação e 5% em prefixados. E os outros 60% em ativos de renda variável, principalmente ligados à performance da bolsa brasileira.