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Jornalista
Publicado em 21 de julho de 2021 às 10h00.
Última atualização em 1 de julho de 2024 às 14h44.
Primeira e mais importante criptomoeda do mundo, o bitcoin foi criado em meados de 2008 com o objetivo de substituir o dinheiro de papel e, desde que chamou a atenção do grande público pela primeira vez, vem quebrando recordes de cotação. Em 2020, por exemplo, a criptomoeda chegou a valorizar mais de 300%.
A informação de que Elon Musk iria suspender os pagamentos em bitcoin da Tesla, porém, levou a criptomoeda a despencar mais de 40% ao longo do segundo trimestre de 2021. Grande entusiasta do universo dos criptoativos, o bilionário costuma exercer forte influência sobre o mercado com suas declarações. Foi graças a uma delas, inclusive, que outra criptomoeda começou a ganhar destaque.
Criada como uma piada baseada na cultura dos memes em 2013, o dogecoin conquistou espaço e relevância no mercado de criptoativos após ser citado por Musk nas redes sociais. Bastou que o presidente da Tesla tuitasse 14 caracteres sobre a criptomoeda em dezembro de 2020 para que ela desse um salto de quase 20% naquele dia.
Desde então, o ativo digital tem ganhado cada vez mais adeptos e chegou a valorizar mais de 5.500% nos primeiros meses de 2021.
Além da volatilidade que caracteriza esse tipo de investimento, ambas as moedas têm em comum o fato de não serem lastreadas em nenhum outro ativo. Ou seja, seu valor está relacionado ao quanto as pessoas estão dispostas a pagar por elas.
Mas a verdade é que, por mais que sejam constantemente comparadas, o bitcoin e o dogecoin têm mais diferenças do que semelhanças entre si. Veja abaixo:
A oferta é uma das principais diferenças entre os dois tipos de criptomoeda. Enquanto o dogecoin tem um estoque ilimitado — o que, em termos de inflação, pode influenciar negativamente seu preço no longo prazo; o bitcoin é finito: há apenas 21 milhões de unidades disponíveis.
Este modelo faz com que o bitcoin replique o padrão de escassez determinada do ouro no ambiente digital e esteja blindado de pressões inflacionárias.
Enquanto o dogecoin precisa de menos de 60 segundos para confirmar uma transação, as transações de bitcoin levam aproximadamente 10 minutos para ser confirmadas.
Para realizar os milhares de cálculos por segundo necessários para encontrar uma sequência que torne um bloco compatível, o processo de mineração do bitcoin requer computadores extremamente potentes. Já a mineração do dogecoin é mais simples e pode ser feita em computadores comuns.
Alguns especialistas alertam, no entanto, que a falta de um ecossistema bem definido de mineração torna o doge mais suscetível a ataques digitais — e, portanto, menos seguro.
É importante lembrar, também, a origem e a trajetória de cada uma das criptomoedas. Por mais que tenha ganhado espaço e chamado a atenção de investidores nos últimos tempos, o dogecoin surgiu de uma piada “para bobos”, como afirmou recentemente Billy Markus, um dos criadores da moeda digital. “Eu lancei tudo junto, sem qualquer expectativa ou plano. Demorou cerca de 3 horas para fazer”, escreveu em um post no Reddit.
Já o bitcoin foi apresentado por meio do “Bitcoin: um sistema de dinheiro eletrônico de pessoa para pessoa”, um artigo bem estruturado onde seu criador explica detalhadamente o funcionamento do primeiro sistema de dinheiro digital totalmente descentralizado.
Para além de uma simples comparação, a soma dessas características ajuda a entender também que, pelo menos por ora, a utilização do dogecoin como investimento ainda é uma estratégia bastante arriscada.
Atualmente, há três formas de investir em bitcoin no Brasil: o modelo peer to peer (em que uma pessoa transfere diretamente para outra com intermédio de uma exchange), por meio de uma corretora ou por meio de fundos especializados.
Estes fundos funcionam da mesma maneira que os fundos de ações (há um gestor profissional responsável pela tomada de decisão e administração do patrimônio do fundo) e, por isso, são considerados uma boa opção para quem deseja expor seu patrimônio ao mercado das criptomoedas com segurança e praticidade.
Pensando nisso, o BTG Pactual digital lançou, ao longo do primeiro semestre deste ano, dois fundos atrelados à criptomoeda: o BTG Pactual Bitcoin 20 FIM e o BTG Pactual Bitcoin 100 FIC FIM.
Primeiro fundo de bitcoin com gestão ativa desenvolvido por um banco de investimentos brasileiro, o BTG Pactual Bitcoin 20 FIM é composto de 20% de bitcoin e 80% de ativos de renda fixa. Tem valor mínimo de aplicação de apenas 1 real, é isento de taxa de performance e tem taxa de administração de 0,50% ao ano. Disponível para todos os clientes do banco desde abril, possui liquidez D+3 (três dias úteis após a solicitação).
Já o BTG Pactual Bitcoin 100 FIC FIM oferece exposição total ao ativo — e, por isso, é indicado apenas para investidores qualificados. Com valor mínimo de 1.000 reais para investimento, o fundo também é isento de taxa de performance, conta com taxa de administração de 0,50% ao ano e liquidez D+4 (quatro dias úteis após a solicitação). Ele está disponível para os clientes desde maio.