Inovação

Como as metodologias ágeis ajudam o RH a acelerar as empresas

Metodologia ágil ganhou espaço com a pandemia e empresas que já adotavam maneiras flexíveis de trabalhar saíram na frente.

Paula Esteves, sócia diretora da Cia de Talentos (Cia de Talentos/Acervo pessoal)

Paula Esteves, sócia diretora da Cia de Talentos (Cia de Talentos/Acervo pessoal)

Desde março, quando as empresas tiveram seus escritórios esvaziados por causa da pandemia de covid-19, as equipes precisaram encontrar novas fórmulas e alternativas para interagir e continuar colaborando entre si. As áreas de recursos humanos, cujo papel num contexto normal já é estratégico, ganharam importância na implementação de metodologias ágeis de trabalho.

Na varejista Magazine Luiza, entusiasta do método ágil há pelo menos uma década, a divisão de trabalho já se dava em squads (equipes multidisciplinares com objetivos em comum) interagindo à distância, o que facilitou a criação do Parceiro Magalu, um shopping virtual para pequenas, médias empresas e pessoas físicas, que foi uma alternativa às vendas quando não havia comércio na rua. “Levamos apenas três semanas no projeto”, diz Henrique Imbertti, diretor de agilidade organizacional do Magazine Luiza. “Foi agilidade na veia.”, completou Imbertti.

Além de encontrar os melhores profissionais, os departamentos de RH também têm o desafio diário de fazer com que muitas pessoas diferentes conversem na mesma língua e trabalhem juntas. Como ganhar agilidade do jeito certo em condições anormais de trabalho, como as trazidas pela pandemia? A regra de ouro é ter equipes distintas orientadas para um objetivo comum — agradar aos clientes internos e externos da empresa.

Para Paula Esteves, sócia-diretora do grupo Cia de Talentos, o uso da metodologia ágil mudou a forma com que o time se organizava e atingia as metas. “A metodologia, que já utilizávamos antes da pandemia, ajuda a tornar os objetivos muito claros, e de uma forma que são atingidos através de degraus menores. Nossos times estão cada vez mais multifuncionais, organizados por entrega, com papéis e responsabilidades bem definidos, com menos hierarquia e mais colaboração.”, ela conta. A familiaridade com as metodologias ágeis, segundo ela, sem dúvida auxiliou na reorganização dos processos. “Essa definição clara de metas e objetivos, com as equipes trabalhando de diferentes locais, foi fundamental para que cada um soubesse seu papel, prazo e expectativa de cada dia, semana e quinzena. Além disso, as reuniões diárias, ajudaram a garantir que o trabalho está sendo feito e as dúvidas tiradas.”, completou.

A Vivo, desde 2019, trabalha com metodologias ágeis na VP de Pessoas, a área de recursos humanos da companhia. “Nos identificamos com a essência do ágil, que é trabalhar com agilidade. Não é fazer rápido. Agilidade é diferente de rapidez. É proporcionar maior interação entre as pessoas, flexibilidade, colaboração, criatividade e inovação. Essa é a proposta. Nós queríamos nos desafiar a fazer algo diferente, algo novo. Se a gente acredita em agilidade, a gente faz a agilidade. Essa dinâmica tem dado muito certo.”, diz Niva Ribeiro, VP de pessoas da Vivo. Para Ribeiro, a utilização dos métodos ágeis ajudou muito na adaptação aos novos tempos. “Já estar inserido na metodologia ágil foi muito positivo para nós durante a pandemia, para que pudéssemos nos adaptar de forma mais flexível e eficiente à nova rotina. Quando a pandemia começou, a prática já estava implantada. Já estávamos usando o planner do Teams para fazer acompanhamento. Outras equipes se espelharam nos times ágeis para fazer dailys. Foi mais prático e rápido, uma vez que já estávamos inseridos nessa rotina.”, ela completou.

Para Felipe Collins, professor de métodos ágeis na ESPM e sócio da ACE, a agilidade impacta na eficiência tanto de startups quanto das grandes corporações. "A gestão das pessoas passa por um profundo processo de transformação, e as companhias que se adaptarem melhor e mais rápido terão vantagem competitiva a partir de pessoas e processos. Mais do que apenas mudar a operação, o componente cultural e de mindset também precisam passar por essa transformação.", diz Collins. Num mundo onde as mudanças ocorrem tão rápido, estar preparado para adaptação parece ser mesmo, afinal, a melhor forma de estar à frente das transformações.

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