Reino Unido: país é o terceiro destino para investimentos em startups de IA (Jack Taylor/Getty Images)
Redatora
Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 10h05.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 13h52.
O governo do Reino Unido está adotando uma visão muito "restrita" da segurança em inteligência artificial (IA) e corre o risco de ficar para trás na corrida pelo domínio da nova área tecnológica. Essa é a conclusão de um relatório do Comitê de Comunicações e Digital da Câmara dos Lordes do Parlamento divulgado na última quinta-feira, 1.
Para o estudo, o governo deve redirecionar seus esforços para lidar com os riscos mais imediatos à segurança e à sociedade apresentados por grandes modelos de linguagem (LLMs), como violação de direitos autorais e desinformação.
"Precisamos abordar os riscos para poder aproveitar as oportunidades, mas precisamos ser proporcionais e práticos", disse a presidente do Comitê de Comunicações e Digital, a Baronesa Stowell, em comunicado. "Devemos evitar que o Reino Unido perca uma possível corrida ao ouro em IA."
Há a necessidade de o governo "rebalancear" sua estratégia, concentrando-se menos em "cenários de fim de mundo de ficção científica" e mais nos benefícios que a IA pode trazer, diz o relatório. Sem investimentos estratégicos, o estudo adverte que o Reino Unido pode depender de outros países na área.
Apesar da ação mais lenta do governo inglês, as startups do ramo de IA do Reino Unido são as que mais recebem investimentos, depois de Estados Unidos e China, segundo o AI Index Report, da Universidade de Stanford.
Eles somaram US$ 4,3 bilhões em 2022, um montante ainda muito inferior aos investimentos de US$ 13,4 na China e dos US$ 47,3 nos EUA no mesmo ano.
Ao contrário da União Europeia, o governo britânico tem sido mais lento em adotar regulações mais robustas para a IA.
Atualmente, o país se limita a compromissos voluntários aderidos por empresas e tem um órgão composto por acadêmicos e experts em machine learning para identificar riscos.
Nas próximas semanas, o governo britânico deve publicar uma série de critérios pelos quais as novas tecnologias podem estar sujeitas à legislação, segundo o jornal Financial Times.