Inteligência Artificial

Previsão do CEO da Nvidia reforça que infraestrutura de IA está no começo

Jensen Huang afirma que nova geração de inteligência artificial exigirá 100 vezes mais poder computacional

Huang disse que a DeepSeek foi "fantástica" ao criar modelo de raciocínio de nível mundial (PATRICK T. FALLON/Getty Images)

Huang disse que a DeepSeek foi "fantástica" ao criar modelo de raciocínio de nível mundial (PATRICK T. FALLON/Getty Images)

Ramana Rech
Ramana Rech

Redatora

Publicado em 5 de março de 2025 às 09h36.

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O CEO da Nvidia, Jensen Huang, afirmou que a próxima geração de inteligência artificial, focada em modelos com raciocínios mais longos, demandará até 100 vezes mais poder computacional do que as versões atuais. A declaração reforça que a infraestrutura necessária para IA ainda está em fase inicial de desenvolvimento.

Em entrevista ao jornal CNBC na quarta-feira, 26, Huang respondeu a preocupações sobre o impacto da startup DeepSeek na necessidade de chips de alto desempenho. A empresa chinesa demonstrou que é possível treinar modelos avançados com hardware menos poderoso, o que gerou dúvidas sobre a demanda por infraestruturas robustas.

A incerteza em torno da DeepSeek teve reflexos no mercado. No fim de janeiro, a Nvidia registrou a maior queda da história em um único dia, perdendo US$ 600 bilhões em valor de mercado. No entanto, Huang argumentou que a tecnologia da startup fortaleceu a importância da infraestrutura de IA, ao evidenciar o potencial dos modelos de raciocínio mais complexo. "A DeepSeek foi fantástica, porque abriu o código de um modelo de raciocínio que é absolutamente de classe mundial", afirmou à CNBC.

Nos resultados do quarto trimestre do ano fiscal de 2025, a Nvidia superou as expectativas do mercado. A empresa registrou um lucro 80% maior na comparação anual, com receita total de US$ 130,5 bilhões, um crescimento de 114%.

Restrições à China impactam mercado de chips

A Nvidia tem enfrentado restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos para exportação de chips à China. Para contornar as limitações, a empresa lançou o H20, um modelo com menor capacidade computacional, desenvolvido especificamente para clientes chineses.

Segundo Huang, essas restrições reduziram pela metade a receita da companhia no país. Além disso, ele destacou que há uma crescente concorrência na China, especialmente da Huawei. "No final, você faz aquele software funcionar no sistema que está visando, e cria um ótimo software", disse o executivo.

Ainda assim, Huang enfatizou a diferença entre os chips oferecidos nos mercados ocidental e chinês. Segundo ele, os novos chips GB200, disponíveis nos EUA, processam modelos de IA 60 vezes mais rápido do que as versões enviadas para a China.

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