Repórter
Publicado em 18 de março de 2025 às 06h31.
Última atualização em 18 de março de 2025 às 06h41.
Para Demis Hassabis, CEO da DeepMind, do Google, o desenvolvimento da Inteligência Artificial Geral (AGI, na sigla em inglês), que tem o potencial de igualar ou até superar a capacidade humana em qualquer tarefa, pode estar mais próximo do que o imaginado.
Mesmo assim, segundo ele, ainda faltam décadas de pesquisa para que se torne uma realidade prática. Segundo a CNBC, Hassabis afirmou que, apesar dos avanços atuais, a AGI ainda é um objetivo distante.
Hassabis explicou que os sistemas de inteligência artificial desenvolvidos até hoje são "muito bons em tarefas específicas", mas não são capazes de replicar a flexibilidade e complexidade da mente humana. “Os sistemas atuais são muito passivos. Há muitas coisas que eles ainda não conseguem fazer. Mas acredito que, nos próximos cinco a dez anos, veremos muitos desses recursos começarem a aparecer, e começaremos a avançar para o que chamamos de inteligência artificial geral”, afirmou o CEO da DeepMind.
Segundo ele, a AGI é um sistema capaz de exibir as capacidades complexas que os humanos têm, algo que ainda não foi alcançado. "Esses sistemas são impressionantes em várias coisas, mas há outras coisas que eles ainda não conseguem fazer, e há um longo caminho de pesquisa pela frente", disse.
Apesar de parecer muito próxima, a previsão de Hassabis parece mais conservadora em comparação com alguns dos seus colegas da indústria.
No ano passado, Robin Li, CEO da Baidu, uma das maiores empresas de tecnologia da China, declarou que o desenvolvimento da AGI (Inteligência Artificial Geral) ainda está a mais de uma década de distância, contradizendo as previsões mais otimistas de outros especialistas do setor.
Dario Amodei, CEO da startup de IA Anthropic, tem uma visão mais audaciosa, estimando que dentro de dois a três anos uma IA será capaz de superar a maioria das habilidades humanas em diversas tarefas.
Por outro lado, Jeetu Patel, Diretor de Produtos da Cisco, se mostra mais confiante, afirmando que já em 2025 poderemos observar sinais tangíveis de AGI. Segundo ele, "não estamos falando de algo distante, veremos avanços significativos nesse sentido em breve."
Mas, para Hassabis, existe uma grande dificuldade para atingir a AGI: a habilidade das máquinas de compreender o contexto real do mundo. Embora as IA já tenham se mostrado impressionantes em tarefas específicas, como no jogo de tabuleiro Go ou em jogos de estratégia como Starcraft, transferir esse sucesso para situações da vida real tem se mostrado um desafio considerável.
"Como podemos expandir esses conceitos de planejamento e comportamento de agentes para o mundo real? Temos avançado muito nos últimos anos no que diz respeito aos modelos de mundo, mas o grande desafio agora é integrá-los com algoritmos que permitam um planejamento mais efetivo", afirmou.